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Economia circular



Essa lógica leva ao design circular que visa ao impacto positivo, pensando a sustentabilidade durante todas as etapas - da fabricação ao pós-consumo - encontrando as soluções mais adequadas para o contexto de cada empresa e produto. O design do Berço ao Berço trata da criação e desenvolvimento de produtos e processos industriais efetivamente inspirados em métodos naturais, possibilitando a constituição de sistemas cíclicos de fluxos de materiais que proporcionem segurança e saúde para as pessoas e a biodiversidade. Neste sistema, os materiais são diferenciados entre a biosfera e a tecnosfera, criando assim dois ciclos industriais distintos. Os materiais pensados para o ciclo biológico (biodegradáveis ou obtidos a partir de matéria vegetal) retornam seu valor como nutrientes biológicos para o solo. Já os materiais no ciclo técnico, que também são considerados nutrientes, mas com o diferencial de serem nutrientes técnicos, são utilizados de modo que circulem em ciclos industriais fechados.


A maior diferença é que, enquanto no sistema convencional de produção esses materiais são usados apenas uma vez (ou algumas vezes, quando reciclados) para então serem incinerados ou descartados em aterros sanitários, o design Berço ao Berço e a Economia Circular propõem que eles alimentem continuamente a geração de novos produtos.


Com o aumento do interesse do público em entender como realmente é feito o produto que está adquirindo, as empresas começam a expor abertamente quais são as suas práticas com relação ao bem-estar das pessoas que produzem os bens, às matérias-primas adquiridas, aos processos na linha de produção, aos resíduos gerados, à vida útil das peças e aos impactos causados também no pós-uso desses artigos, como se observa em alguns exemplos vindos da indústria calçadista.


Insecta


Alinhada com o conceito do upcycling, a Insecta é uma marca de calçados 100% brasileira feita por mulheres que transformam roupas de brechó em sapatos únicos e cheios de personalidade. No início, a marca fabricava apenas sapatos casuais tipo tênis, mas o portfólio se ampliou e hoje na grade de produtos ofertados o consumidor pode encontrar também sandálias e os charmosos slippers. A marca qualifica seus produtos como veganos, por não utilizar qualquer componente cuja composição tenha origem animal. A sola é feita com borracha reciclada, o cabedal é construído a partir de roupas de brechó, garrafa PET reaproveitada, algodão reciclável ou tecido de reuso. Já a palmilha vem da sobra de tecidos da própria linha de produção ou de tecidos dos sapatos que retornam para a empresa através do sistema da logística reversa. O consumidor da marca é convidado a fechar o ciclo da produção, devolvendo nas lojas físicas ou pelo correio o sapato quando este chegar ao final da sua vida útil. Em troca recebe um cupom de desconto para ser usado na sua próxima compra de produtos da marca. Os sapatos devolvidos passam pelo processo de desmontagem para que os componentes aproveitáveis retornem ao ciclo de produção de novos calçados.


Reebok


A Reebok anunciou o lançamento de um tênis feito de materiais à base de milho e algodão. Chamado de NPC UK Cotton + Corn, o calçado é composto de 75% de material biodegradável, com quatro modelos diferentes disponibilizados em embalagem de material reciclável. O cabedal é em tecido 100% algodão e o solado é feito a partir do milho e palmilha com óleo de mamona. A proposta é mostrar as possibilidades de produção de calçados com materiais à base de matérias-primas renováveis.


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