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A sustentabilidade como estratégia para a existência dos negócios


É inegável que o avanço das atividades industriais proporciona muitos desenvolvimentos que contribuem significativamente para o conforto, a saúde e a qualidade de vida das pessoas. Mas é também fato que os sistemas de produção podem promover impactos não desejados ao meio ambiente, que por sua vez são prejudiciais à natureza e à saúde humana. De acordo com vários estudos, o ritmo acelerado da cadeia de produção e consumo já não oferece ao planeta o tempo necessário para repor os recursos extraídos pelo homem e nem se recuperar das degradações resultantes do ciclo de extração, manufatura, uso e descarte.


Uma pesquisa realizada em 2019 pela Global Footprint Network, organização parceira do Fundo Mundial da Natureza WWF, aponta que o consumo de recursos é muito mais rápido que a capacidade do Planeta Terra para se recuperar. “Nos 210 primeiros dias de 2019, a humanidade terá consumido todos os recursos naturais que o planeta consegue regenerar em um período de um ano. Isso significa que a velocidade de consumo é 74% maior do que a capacidade da Terra se regenerar”, apontou o relatório. Com base em dados como este, o Banco Mundial projeta que serão necessárias três Terras para suprir a demanda por recursos naturais em 2050, quando a população global deve chegar a 9,6 bilhões de pessoas.


Diante desse problema global os países vêm realizando várias pesquisas e discussões visando a implantação de um desenvolvimento mais sustentável. Em 2015, por exemplo, os 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) acordaram uma nova agenda para nortear suas ações. Tratam-se dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que contém 17 metas visando à preservação do meio ambiente.


Nesta busca, as empresas cumprem um papel fundamental ao repensarem a sua própria sustentabilidade com a gestão orientada para serem ao mesmo tempo economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas, colaborando com o desenvolvimento da sociedade, o progresso da humanidade e o equilíbrio ecológico.


O conceito da sustentabilidade aborda a maneira como se deve agir em relação à natureza - abrangendo desde o indivíduo, a comunidade até a população em escala mundial - sendo alcançado através do desenvolvimento sustentável, que por sua vez é baseado em três princípios: Social, Ambiental e Econômico, buscando satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades.


- Social: engloba as pessoas e suas condições de vida, como educação, saúde e lazer.


- Ambiental: se refere aos recursos naturais do planeta e a forma como eles são utilizados.


- Econômico: relacionado com a produção, distribui- ção e consumo de bens e serviços.


Quando uma empresa tem uma cultura sustentável e mostra claramente, através de seus produtos, serviços e ações, que este princípio está presente em seu dia a dia de forma consistente, não se tratando apenas de ações pontuais para vender uma imagem fabricada, ela é vista como uma organização ética. E esta é a virada de chave que o mercado tem cada vez mais buscado incentivar e valorizar.


Quando se fala de empresas sustentáveis, é importante lembrar que, na verdade, estamos falando de pessoas. Pois nenhum negócio se torna sustentável sem desenvolver a mentalidade de seus colaboradores - tanto internos quanto externos. É preciso, portanto, incentivar mudanças de atitude individuais, encorajar o desenvolvimento de ideias inovadoras e sustentáveis e mostrar de forma clara que não é só a organização, mas todos ganham com essa postura.


Tipos de Sustentabilidade


Sustentabilidade Ambiental - A sustentabilidade ambiental abrange a conservação e a manutenção do meio ambiente.


Importante notar que, para que a sustentabilidade ambiental seja efetivada, as pessoas devem estar em harmonia com o meio ambiente, para obterem melhoria na qualidade de vida. O objetivo da sustentabilidade ambiental é que os interesses das gerações futuras não estejam comprometidos pela satisfação das necessidades da geração atual.


Sustentabilidade Social - A sustentabilidade social sugere a igualdade dos indivíduos, baseado no bem-estar da população. Para isso, é necessária a participação da comunidade, com intuito de fortalecer as propostas de desenvolvimento social, acesso à educação, cultura e saúde.


Atualmente, muitas estratégias de responsabilidade social de empresas estão pautadas na sustentabilidade. Produtos e ações sustentáveis na área empresarial ganham destaque e são bem vistas pelos consumidores. Nesse caso, a empresa possui uma postura de responsabilidade com os valores ambientais e sociais, fundamentada na preservação do meio ambiente e na melhoria da qualidade de vida das pessoas.


Sustentabilidade Econômica - A sustentabilidade econômica é alicerçada em um modelo de gestão sustentável, que corresponde à capacidade de produção, de distribuição e de utilização das riquezas produzidas pelo homem, buscando uma justa distribuição de renda e a própria existência do negócio no mercado. Isso implica na gestão adequada dos recursos naturais, que objetivam o crescimento econômico, o desenvolvimento social e melhoria da distribuição de renda.


Exemplos de Sustentabilidade


As ações sustentáveis podem ser adotadas desde os indivíduos até a população em nível global:


Ações Individuais- Economia de água; - Evitar o uso de sacolas plásticas; - Consumir preferencialmente produtos biodegradáveis; - Separar o lixo para coleta seletiva; - Reaproveitamento de materiais e produtos; - Percorrer os trajetos curtos caminhando ou com o uso de bicicleta, adotar transportes coletivos ou caronas.


Ação Comunitária - Ações de moradores de uma comunidade para promover melhorias do local onde vivem e visando a melhor qualidade de vida de todos, como implantação coletiva de painéis solares, sistemas de biodigestores ou a construção de hortas comunitárias.


Ações Globais- Garantia de alimentação em longo prazo; - Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas - Diminuição do consumo de energia de fonte não renovável; - Desenvolvimento de tecnologias que possibilitem o uso de fontes energéticas renováveis; - Aumentar nos países não industrializados a produção industrial à base de tecnologias ecologicamente viáveis; - Criação de Unidades de Conservação; - Controle da urbanização e integração entre campo e cidades menores.


Conceitos relacionados à sustentabilidade ambiental


Sustentabilidade - O conceito de desenvolvimento sustentável - entendido como o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de suprirem as suas próprias necessidades - foi concebido de modo a conciliar as reivindicações dos defensores do desenvolvimento econômico como as preocupações de setores interessados na conservação dos ecossistemas e da biodiversidade. Gestão sustentável é, portanto, a capacidade para dirigir o curso de uma empresa, comunidade ou país, através de processos que valorizam e recuperam todas as formas de capital, humano, natural e financeiro. Para um empreendimento ser considerado sustentável, é preciso que seja ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso.


Produção limpa - É uma abordagem para a produção ecoeficiente, ou seja, os fabricantes devem se preocupar desde o projeto, a seleção de matérias-primas, o processo de produção, o consumo, a reutilização, o reparo, a reciclagem até a disposição final dos produtos. Para tanto a logística reversa deve ser utilizada. As principais características de um bem produzido segundos os critérios da produção limpa são:

- Utilização de materiais não tóxicos e reutilizáveis;

- Processo limpo e com baixo consumo de energia;

- Mínima utilização de embalagens;

- Facilidade na montagem, desmontagem, conserto e reciclagem;

- Destinação final ambientalmente adequada gerida pelo fabricante.


Biodegradação - Se trata de uma característica presente nas substâncias químicas naturais, permitindo que as mesmas sejam usadas como substratos por micro-organismos, que as empregam para produzir energia e criar outras substâncias. Esse processo oferece vantagens ao meio ambiente por eliminar certos contaminantes de origem orgânica e inorgânica. Entretanto, este tratamento pode não ser efetivo se o contaminante apresentar outras substâncias, como metais pesados, que são tóxicas para os micro-organismos ou se o meio apresentar um pH extremo. Nestes casos, é necessário um tratamento prévio que ofereça condições para que as bactérias e fungos possam realizar sua função sem serem destruídos. A biodegradação destes compostos pode acontecer por duas vias - aeróbica ou anaeróbica. O couro, por exemplo, é um material natural, e diferentes organismos, como bactérias ou fungos, podem usá-lo como alimento. Ao fazerem isso, eles produzem enzimas extracelulares que degradam o couro ou partes deste. Hoje, o mercado busca materiais biodegradáveis, que diminuam o impacto ambiental quando são descartados, mas que sejam resistentes contra o ataque microbiano durante sua vida útil, para não perder o valor comercial.


Análise do ciclo de vida - A ACV é uma ferramenta que permite a quantificação das emissões ambientais ou a análise do impacto ambiental de um produto, sistema ou processo. Essa análise é feita sobre toda a “vida” do produto ou processo, desde a extração das matérias-primas, até quando o produto deixa de ter uso e é descartado como resíduo, passando por todas as etapas intermediárias (manufatura, transporte e uso). Esta ferramenta é muito utilizada para comparar o impacto ambiental de diferentes produtos com similar função e também o impacto de diferentes tipos de tratamento de resíduos, como a incineração versus aterro sanitário, por exemplo, ou ainda o impacto na natureza proporcionado por diferentes destinos para um determinado resíduo, tais como a reciclagem e a com- postagem de papel, além de analisar os impactos dos diferentes tipos de reciclagem de materiais como o plástico ou qualquer outro.


Reciclagem - A reciclagem é o termo geralmente utilizado para designar a reutilização de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto com as mesmas características. As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis, e a diminuição da quantidade de resíduos que necessitam de tratamento final, como aterramento, ou incineração. O conceito de reciclagem, entretanto, é aplicado apenas para os materiais que podem voltar ao estado original e ser transformados novamente em um produto igual em todas as suas características. Uma lata de alumínio, por exemplo, pode ser derretida e voltar ao estado idêntico ao que estava antes de ser beneficiada e transformada novamente em lata, preservando as suas propriedades.


Reaproveitamento - Consiste em transformar um de terminado material já beneficiado em outro. Um exemplo claro é o reaproveitamento do papel. O papel de reaproveitamento não é nada parecido com aquele que foi beneficiado pela primeira vez. Este novo papel tem cor, textura e gramatura diferente. Isto acontece devido à impossibilidade de retornar o material utilizado ao seu estado original e sim transformá-lo em uma massa que ao final do processo resulta em um novo material de características diferentes. Outro exemplo é o vidro. Mesmo que seja “derretido”, nunca será feito um outro idêntico em sua cor e dureza pois, na primeira vez em que foi manufaturado, utilizou-se de uma mistura formulada a partir da areia. No segmento da moda, um exemplo de reaproveitamento de materiais que tem crescido é a utilização de PET para o desenvolvimento de tecidos, que podem combinar ainda outros materiais na sua composição, como retalhos de algodão. Essa nova matéria-prima pode ser utilizada para várias finalidades, como a confecção de cadarços, cabedais, roupas e acessórios.


Tratamento de resíduos - Trata-se de um conjunto de métodos e operações necessárias para respeitar as legislações aplicáveis aos resíduos, desde a sua produção até o destino final com o intuito de diminuir o impacto negativo na saúde humana, assim como no ambiente. Pode consistir numa deposição final, ou um tratamento intermédio, que diminua a periculosidade dos mesmos, possibilitando a sua reutilização ou reciclagem. No setor calçadista, por exemplo, uma prática que tem sido utilizada é a transformação do couro curtido ao cromo em adubo orgânico.


Logística reversa - É a área da logística que trata do fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, do ponto de consumo ao local de origem, com o menor risco ambiental possível. Como exemplos, temos o retorno das garrafas e a coleta de lixos e resíduos recicláveis ou reaproveitáveis. Mas atualmente este é um conceito muito mais abrangente, envolvendo todos os fluxos físicos, informacionais, toda a gestão de materiais e toda a informação inerente, nos dois sentidos, direto e reverso. Esta é uma preocupação constante para as empresas e organizações públicas e privadas, tendo quatro grandes pilares de sus- tentação (conscientização dos problemas ambientais; sobrecarga dos aterros; escassez de matérias-primas e política/legislação ambiental).


Ciclo de vida fechado - No ciclo de vida fechado, os resíduos passam por processo que busca aproveitar ao máximo suas propriedades, inclusive transformando-os novamente em matérias-primas que vão reiniciar todo o processo. Um exemplo bem claro deste sistema é o das latas de alumínio, já citado no conceito Reciclagem. O alumínio é um material ideal para o ciclo fechado, pois, ao ser reciclado, torna desnecessária a extração de mais minério para a produção de uma nova lata, além de evitar a destinação desses resíduos em aterros ou lixões. Na prática, funciona assim: as latas são compradas como embalagens para produtos. Depois que seu conteúdo é consumido, elas são separadas, coletadas e prensadas, para facilitar o transporte até a usina de reciclagem. Lá, o material é fundido, para ser derretido e transformado em lingotes de alumínio. Esses lingotes são prensados e viram chapas que darão origem a novas latas, as quais receberão novos produtos e recomeçarão todo o ciclo.


Produto sustentável - Para que um produto seja considerado sustentável é necessária a realização de uma análise de todo o seu ciclo de vida, comparando o mesmo com um produto comum. O produto sustentável deve apresentar melhor desempenho ambiental ao longo de seu ciclo de vida, conferindo igual ou melhor função, qualidade e nível de satisfação do que o produto comum. Diferentemente dos produtos ecológicos, que estão mais focados no meio ambiente, os produtos sustentáveis preocupam-se com toda cadeia de produção do mesmo. Sendo assim, eles visam, além da parte ambiental, ao desenvolvimento econômico e ao social. Portanto, pode ser considerado produto sustentável aquele que é proveniente de fontes renováveis, com um processo que trate adequadamente os resíduos, que apresenta baixo consumo de água, entre outros. Ao contrário, os produtos ecológicos preocupam-se apenas com o impacto ambiental. Por exemplo, se uma empresa produz um canudo de alumínio (substituição para o de plástico), mas ainda assim consome muita energia ou água para produção, esse canudo não pode ser considerado um produto sustentável.


Mercado consumidor em ascensão


A luta pela sustentabilidade coloca o desenvolvimento industrial e o meio ambiente na mesma régua de prioridades, onde a busca pela preservação da natureza está lado a lado com a busca pelo crescimento nas vendas, a diminuição dos custos de produção e, consequentemente, a conquista de lucros maiores. Pois o chamado consumo verde - modelo no qual o consumidor busca, além de qualidade e preço justo, produtos e serviços que não prejudiquem o meio ambiente vem crescendo escalonadamente no mercado.


Um estudo realizado pela Union + Webster em 2019 e divulgado pela Federação da Indústria do Paraná (Fiep) mostra que 87% dos brasileiros já preferem comprar produtos ambientalmente corretos. 70% dos entrevistados também afirmaram que não se importam em pagar um pouco mais por isso.


Desenvolver produtos sustentáveis e implantar boas práticas em proteção ao meio ambiente, à saúde e ao bem-estar das pessoas, portanto, oportuniza à empresa não apenas melhorar a sua imagem junto a este mercado, mas potencializa o fechamento de negócios.


Segundo Augusto Machado, pesquisador no Observatório do Sistema Fiep, “os gestores industriais têm percebido que, para seus negócios perdurarem, é fundamental gerenciar os recursos de toda a sua cadeia produtiva, além de atuar de maneira transparente e responsável, gerando maior competitividade e diferenciação no mercado”, comenta.


Outro estudo realizado pelo Mercado Livre, no período de junho de 2019 e maio de 2020, o Crescimento do Consumo Sustentável online revela o aumento de 55% no número de compradores na categoria de Pro- dutos Sustentáveis da plataforma de negócios virtuais. Segundo a pesquisa, 2,5 milhões de usuários de toda a América Latina compraram produtos com proposta sustentável. No Brasil, a marca foi de 1,4 milhão de consumidores buscando este tipo de diferencial nos produtos desejados.


No período, a plataforma captou 150 mil novos compradores nesta categoria, em toda a América Latina, sendo que somente no Brasil o aumento foi de 81 mil compradores. Já o número de vendedores que oferecem produtos considerados sustentáveis no Brasil cresceu 198% entre 2017 e 2020, enquanto a quantidade de itens da categoria teve um aumento de 322%, no mesmo período. Na opinião da gerente de sustentabilidade do Mercado Livre, Laura Motta, “os números alcançados reforçam a assertividade da nossa estratégia, que tem como objetivo dar aos consumidores a oportunidade de fazer escolhas que gerem impactos socioambientais positivos”.


Consumo verde ganha força em meio à pandemia


A seção de produtos sustentáveis ganhou ainda mais fôlego diante do cenário imposto pelo coronavírus. O levantamento revelou que o total de usuários que visitaram a seção de produtos sustentáveis no Brasil duplicou no mês de maio, na comparação com o resultado de março de 2020, e que o número de compradores totais da categoria cresceu 100%, enquanto o de novos compradores avançou 130% no País. “O aumento percentual de novos compradores na vertical superou inclusive o avanço do site como um todo, o que pode ser um indicativo de que o brasileiro está mais maduro e consciente nas suas escolhas de consumo”, comenta a diretora de marketplace do Mercado Livre no Brasil, Julia Rueff.


Sustentabilidade é atestada por certificações


Criado em 2013 pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) em conjunto com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o Origem Sustentável certifica as empresas brasileiras da cadeia produtiva do calçado que incorporam a sustentabilidade em seus processos produtivos, segundo indicadores em cinco dimensões: Econômica, Ambiental, Social, Cultural e Gestão da Sustentabilidade. As empresas que participam têm a oportunidade de alinhar seus processos a indicadores internacionalmente reconhecidos e com isso ampliam as oportunidades no mercado de exportação para países que possuem regulamentação orientada à aquisição de produtos sustentáveis, impulsionando o crescimento de toda a cadeia produtiva. Ao todo são 104 indicadores, com auditoria externa para verificar a conformidade ou não em todas as dimensões.


Segundo a gestora de Relacionamento da Assintecal, Aline Santos, na época, a sustentabilidade dentro da cadeia calçadista era compreendida de forma genérica. “As empresas trabalhavam sustentabilidade com o foco em material sustentável, mas não se atentavam ao processo que envolvia a fabricação de um produto. Buscou-se, então, uma maneira de tornar a cadeia mais sustentável, integrada e engajada”, contextualiza Aline.


Como funciona


A fase 1 contempla a Adesão ao Programa. A empresa assina um Termo de Compromisso e se prepara para solicitar a certificação.


A fase 2 se refere a Preparação e Capacitação. A entidade gestora disponibiliza o acesso a treinamentos e consultorias que ajudam a empresa a se adequar aos requisitos estabelecidos e solicitar a realização da auditoria para certificação.


A fase 3 trata da Auditoria Externa. Uma organização de ter- ceira parte credenciada verifica o cumprimento dos requisitos.


A fase 4 é concretizada com a certificação da empresa.


São quatro níveis de certificação, estabelecidos de acordo com a quantidade de indicadores atendidos, dentre eles os obrigatórios para cada nível.


* Nível Bronze: empresas com o percentual de aproveitamento maior/igual a 30% para Médias e Grandes empresas e maior/igual a 20% para Micro e Pequenas empresas, além da conformidade com todos os indicadores obrigatórios para o nível.


* Nível Prata: exige que o percentual de aproveitamento seja maior/igual a 40%, além da conformidade com todos os indicadores obrigatórios para o nível.


* Nível Ouro: exige que o percentual de aproveitamento seja maior/igual a 60%, além de estar em conformidade com todos os indicadores obrigatórios para o nível.


* Nível Diamante: o percentual de aproveitamento deve ser maior/ igual a 80%, além de estar em conformidade com todos os indicado- res obrigatórios para o nível.


Ao longo desses oito anos, várias empresas fizeram parte do processo de certificação, sendo que três já foram certificadas no nível máximo do programa. Hoje, 30 organizações estão em processo de implementação dos indicadores. Lembrando que a certificação reforça o compromisso das empresas de buscarem melhor qualificação no que se refere à sustentabilidade, melhorando o reconhecimento destas perante o mercado e a agregação de valor aos produtos, Aline reforça que, no que se refere a ESG - Governança Ambiental, Social e Corporativa, o programa está constantemente adequando seus indicadores ao que há de melhor em sustentabilidade no mundo, possibilitando assim que as empresas, e a cadeia calçadista, estejam cada vez mais alinhadas com os padrões internacionais.

A Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro (CSCB) promove e reconhece as melhores práticas dos curtumes no que tange resultados econômicos, redução de impacto ambiental e relações com colaboradores e comunidades. É apoiado pelo projeto Brazilian Leather - uma iniciativa do Centro das Indústrias de Curtumes (CICB) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investi- mentos (Apex-Brasil) para o incentivo à participação do couro do País no mercado externo.


O sistema reconhece como curtume sustentável aquele que desenvolve suas atividades com resultados econômicos, procurando reduzir o impacto ambiental inerente de sua atividade e proporcionando melhores condições de trabalho aos seus funcionários e respeitando a comunidade na qual a empresa está inserida. Conforme o presidente executivo do (CICB), José Fernando Bello, a certificação começou a ser construída em 2013, pela cadeia que integra a indústria de couros, em conjunto com o Sistema Brasileiro de Acreditação (SBA), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através de uma Comissão de Estudos Especial no âmbito do Comitê Brasileiro de Couro, Calça- dos e Artefatos de Couro (ABNT/ CB-011).


O CSCB é validado internacionalmente, por sua conexão com o Inmetro - órgão signatário do acordo de reconhecimento mútuo no âmbito do IAF (International Acreditation Forum) e do ILAC (International Laboratory Acreditation Cooperation), tratados que garantem a acreditação dos organismos certificadores mundialmente. Também tem acordo com o ICEC (o Instituto Italiano de Certificação de Qualidade para o Setor de Couros), para reconhecimento mútuo de certificações. Num comparativo com certificações internacionais de indústrias coureiras, que geralmente focam em um pilar único da sustentabilidade, o CSCB se diferencia pela busca do cresci mento dos negócios sob o ponto de vista econômico, de modo que seja positivo para as pessoas e o planeta.


Já são dois curtumes certificados Diamante e dois Ouro, e outras dez organizações estão em processo para atingir os índices nos indicadores para a certificação.


São quatro categorias a conquistar e nove princípios, que juntos somam 29 critérios a cumprir


Categorias


Selo Bronze - Mínimo de 50% dos indicadores aplicáveis atendidos nas dimensões Social, Ambiental e Econômica.


Selo Prata - Mínimo de 75% dos indicadores aplicáveis atendidos nas três dimensões.


Selo Ouro - Mínimo de 90% dos indicadores aplicáveis atendidos nas três dimensões.


Selo Diamante - 100% dos indicadores aplicáveis atendidos nas três dimensões.


Princípios

  • Princípio I - Cumprimento dos requisitos legais aplicáveis.

  • Princípio II - Rastreabilidade. Assegurar a rastreabilidade da matéria-prima ao longo da cadeia de fornecimento.

  • Princípio III - Controle de substâncias restritas. Garantir que os produtos atendam aos limites estabelecidos.

  • Princípio IV - Gerenciamento do consumo de água. Adotar medidas para racionalizar e reduzir o uso.

  • Princípio V - Gerenciamento do consumo de energia. Adotar medidas para racionalizar e reduzir o consumo.

  • Princípio VI - Processos de produção. Minimizar o impacto ambiental.

  • Princípio VII - Gerenciamento de resíduos. Minimizar a geração de resíduos perigosos ou não.

  • Princípio VIII - Tratamento de efluentes líquidos. Cumprir as regulamentações sobre os lançamentos de águas residuais, implantar programa de gestão e utilizar tecnologia adequada para minimizar os lançamentos de poluentes.

  • Princípio IX - Gerenciamento de emissões atmosféricas. Cumprir as regulamentações relativas as emissões, implantar programa de manutenção preventiva de equipamentos e utilizar tecnologia para minimizar as emissões poluentes.


Lançado em 2019 pelo Sindicato da Indústria de Calçados, Componentes para Calçados de Três Coroas (SICTC) e chancelado pelo Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos), o Selo SICTC Empresa Verde é fruto do Programa Amanhã Mais Feliz iniciado no ano de 1996, alinhando as necessidades ambientais dos associados do sindicato, passando agora a abranger a sustentabilidade também de outros segmentos além do setor calçadista.


O principal objetivo é garantir que as empresas que aderem ao selo estão com a documentação em dia e cumprindo todas as obrigações legais exigidas. Mas não se limita a esse propósito, pois mobiliza os participantes em ações de sensibilização e educação ambiental através de propostas práticas, a exemplo a Semana de Meio Ambiente que lança desafios aos associados para fomentar a avaliação dos processos e buscar melhorar índices de sustentabilidade.


O Selo SICTC Empresa Verde é também um regulador dos processos para organizações que buscam uma certificação externa como por exemplo a Abvtex - que promove a erradicação do trabalho análogo ao escravo - e o Origem Sustentável, viabilizando os meios para que seus associados tenham fluidez nessas outras propostas.


A responsável técnica ambiental do SICTC, Grasiela Rutiel Huff, conta que o objetivo é relacionar que a empresa certificada obtém êxito nos processos de gestão ambiental, social e econômicos dentro de sua comunidade, ou seja, validar o correto acompanhamento e aplicação dos requisitos legais e auditáveis.


Enfatizando que as empresas associadas ao SICTC já podem participar desde o momento de sua associação, Grasiela conta que, a partir deste ano, por demanda e procura, o serviço foi também disponibilizado para empresas de outros segmentos e municípios que procuram o programa por conhecer a expertise em eficiência de gestão sustentável.


Os principais critérios que precisam ser atendidos de imediato são os ditos marcos legais, sendo eles a Licença de Operação, emitida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam) ou pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, conforme a legislação, atualizada; estar com o Cadastro Técnico Federal (TCFA) emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); todo o resíduo sólido industrial gerado pela empresa, passível de destinação, deve ser encaminhado à mesma; depois de averiguado estes a empresa passa por uma auditoria, aplicação de checklist de forma a avaliar a adequação dos processos da empresa ao estabelecido em relação aos seus resíduos industriais, política ambiental, entre outros. As auditorias são semestrais e geram um relatório, havendo adequações ou sugestões de melhora as mesmas são elencadas neste documento e devem ser atendidas até a próxima auditoria do SICTC, cujo o corpo técnico é composto por representantes do Comitê Sinos.


Grasiela salienta que embora o selo não tenha a intenção de classificar melhores ou menos importantes marcos sustentáveis, há indicadores que são sugeridos a cada auditoria. “São propostas de melhorias ao processo de gestão ambiental da empresa, mas o selo é um só e ser parte dele é garantir que todo processo está sendo acompanhado para garantir a minimização de impactos, pontua a técnica. Desde sua readequação, em 2019, aproximadamente 75 empresas já foram certificadas, sendo que, hoje, mais de 60 empresas fazem parte do programa Selo SICTC Empresa Verde.

Com 2,8 mil empregados diretos a Usaflex atua no segmento de calçados e acessórios com foco no bem-estar e o conforto. De acordo com a gerente de Marketing, Bianca Gallas Carniel, e a analista de Gestão da Inovação, Clara de Melo Trindade, além de diversas ações voltadas à sustentabilidade, a empresa é, ainda, signatária da Rede Brasil do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), criada para encorajar empresas a adotarem políticas corporativas voltadas ao desenvolvimento de um mercado mais inclusivo e sustentável.


Em relação aos modelos desenvolvidos dentro da companhia, é realizado um trabalho de homologação dos fornecedores e de rastreabilidade e testes físico-químicos das matérias-primas. Além disso, utiliza materiais ecologicamente corretos, cujos resíduos gerados na linha de montagem retornam ao fornecedor, para reaproveitamento e/ou reciclagem.


Por fim, trabalha no desenvolvimento de uma linha específica de calçado ecológico, pensada em seus conceitos mais avançados, em todas as etapas. “O mercado exige mudanças no desenvolvimento de produtos responsáveis ambientalmente, economicamente, socialmente e culturalmente em toda a cadeia produtiva, e com isso impulsiona o efeito dominó de amadurecimento e investimento em relação a produtos que atendam às necessidades do planeta e do consumidor”, salienta Bianca.


Clara, por sua vez, cita alguns programas desenvolvidos pelo viés do tripé da sustentabilidade, como os projetos Inovaflex, Pé de Igualdade, TU Talento Usaflex, Programa Usaflex de Capacitação Continuada ao Colaborador (PUCCC), Saúde Financeira, Campanha de Incentivo à Educação e capacitações em todos os níveis hierárquicos da companhia sob organização do Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO). “Acreditamos que esse conjunto de compromissos são alicerce de um novo ambiente empresarial, agregando relações humanas e corporativas em prol da geração de impactos positivos”, comenta Clara.



Promover o desenvolvimento natural e saudável para o público de 0 a 9 anos é uma das premissas básicas da Calçados Bibi. Pioneira e líder em desenvolver produtos a partir de pesquisas e estudos científicos, produz mais de 2 milhões de pares ao ano e está presente em mais de 70 países nos cinco continentes.


É ainda a única calçadista certificada pelo Selo Diamante de Sustentabilidade, que atesta o compromisso com as iniciativas nos processos industriais, bem como o desenvolvimento de ações em sintonia com os pilares Ambiental, Econômico e Social estabelecidos pelo programa de Origem Sustentável.


Em setembro, lançou a linha de tênis Bibi Eco com grande parte dos seus componentes reciclados. O solado é fabricado em TR transparente com serragem e o cabedal produzido a partir de garrafas PET. O processo de colagem é feito com adesivo base de água, assim como em todas as linhas.


Seguro e fácil de calçar, o tênis tem um sistema de engate em ECO WPC, matéria-prima composta em 20% por cascas de arroz e tiras de PVC renovável de fibras de bambu. Tem ainda a exclusiva palmilha Fisioflex Bibi, composta por espuma ZAHO HD, que contém uma porcentagem de partículas de material reciclado e a lingueta preenchida com resíduos reaproveitados de diversos materiais gerados no processo produtivo da empresa. “É nosso papel despertar a curiosidade pela sustentabilidade e ensinar a garotada desde cedo a respeitar e cuidar do nosso planeta e do meio ambiente. Nossas ações e estratégias são norteadas dentro dos pilares sociais, ambientais, culturais e econômico. É um orgulho ver este projeto sair do papel e ir para os pés dos pequenos”, revela a diretora de Marca e Varejo, Camila Kohlrausch.


Uma das maiores varejistas de moda do mundo, a C&A é uma empresa focada em propor experiências que vão além do vestir. Entendendo a moda como um dos mais fundamentais canais de conexão das pessoas consigo mesmas, coloca os seus clientes no centro da estratégia. Atualmente, a companhia opera mais de 300 lojas em todo o território nacional, além do seu e-commerce. Com cerca de 15 mil colaboradores em todo o País e presente na vida de um milhão de clientes por dia, se destaca ainda pelas iniciativas consolidadas de governança ambiental, social e corporativa, sendo uma das empresas mais premiadas e reconhecidas internacionalmente por boas práticas de sustentabilidade em prol de uma moda com impacto positivo. Já no aspecto social, por meio do seu braço filantrópico, o Instituto C&A, atua no fortalecimento de comunidades por intermédio da moda, no voluntariado corporativo, no fomento ao empreendedorismo de grupos em maior vulnerabilidade social e ajudas humanitárias.


Recentemente, lançou a linha Mindse7 Sport + Sustentável, que alia informação de moda, tecnologia e redução do impacto no meio ambiente, com tecidos que agregam atributos de sustentabilidade e menor tempo de decomposição. O tecido utilizado é construído a partir de poliamida biodegradável Amni Soul Eco, que se decompõe em menos de três anos quando descartada corretamente em aterros sanitários.


O lançamento conta com itens funcionais para os praticantes de esportes e, ao mesmo tempo, se alinha às tendências de moda que exploram looks esportivos em composições casuais. Além de leggings e as bermudas biker, a linha conta com top nadador, moletons e bonés em seu mix de produtos.


Presente no mercado há mais de 65 anos, a Piccadilly é uma das maiores empresas do Brasil no setor calçadista feminino. Com cinco milhões de pares de calçados produzidos por ano e sempre atenta ao impacto que pode causar no meio ambiente, investe constantemente em iniciativas sustentáveis que fizeram com que a marca recebesse o Selo Ouro no Programa Origem Sustentável em 2019. Líder no desenvolvimento e criação de tecnologias e diferenciais de conforto, está presente em mais 100 países, e conta hoje com duas unidades fabris no RS.


Buscando contribuir para passos mais conscientes, lançou a linha sustentável So.Si, que usa 3,5 unidades de garrafas PET em cada par de calçado da coleção. Fabricado em knit, processo que une técnicas do tricô com sistemas inteligentes, o tênis também conta com 17% de fio recuperado na indústria têxtil.


De acordo com a vice-presidente da marca, Ana Carolina Grings, os novos modelos de tênis estão alinhados aos valores da marca, que busca, cada vez mais, por um mundo sustentável. “Desenvolver uma coleção que oferece design e sustentabilidade é muito gratificante. É a confirmação de que conforto e consciência ambiental podem caminhar lado a lado. A linha So.Si sempre trouxe inovação ao mercado e, ao oferecer um calçado sustentável, marca mais um ponto neste quesito”, considera Ana.


A vice-presidente reafirma que o lançamento faz parte da estratégia da marca de ser cada vez mais sustentável. “Todos nossos pro- dutos já são feitos com PrimeTech, material de altíssima qualidade, que não agride o meio ambiente, tendo 100% dos resíduos reciclados. Estamos caminhando para sermos cada vez mais conscientes com as questões ambientais através dos nossos calçados”, afirma.


A Vulcabras, maior gestora de marcas esportivas do Brasil, terá a partir de 2022 suas unidades fabris abastecidas com energia eólica. Localizadas em Itapetinga/BA e em Horizonte/CE, as fábricas serão supridas por um dos maiores complexos de energia eólica do mundo, o Rio do Vento, no RN.


Operacionalizado pela Casa dos Ventos, o complexo terá capacidade instalada total de 1.038 MW. A empresa passará a fornecer a totalidade do consumo da Vulcabras, equivalente a 7 megawatts (MW) médio, evitando o lançamento de 15 mil toneladas de CO2 anualmente na atmosfera, o equivalente ao plantio de 67 mil árvores. “É um momento histórico na jornada da Vulcabras, que tem como um de seus valores o pensar no amanhã. A parceria ratifica esse nosso valor e mostra que a organização não apenas se preocupa em ser sustentável, mas também em levar a todos os brasileiros o resultado disso”, afirma o CEO da empresa, Pedro Bartelle.


Para marcar esse momento tão importante na história da Vulcabras, a Olympikus desenvolveu o Corre 1 Eco, versão sustentável do melhor tênis de corrida já fabricado pela marca. Lançado pela primeira vez em 2019, após diversas pesquisas e estudos de tendência com especialistas em corrida, o modelo foi desenvolvido por engenheiros, designers, mestres em biomecânica e atletas profissionais e amadores com tecnologia para proporcionar ainda mais performance na hora de correr. Produzido com componentes reciclados e renováveis, traz sola e palmilha em EVA Verde, produzido a partir da cana de açúcar. Já o cabedal é feito com fios de poliéster reciclados a partir de garrafas plásticas e o solado é de borrachas especiais extraídas da seringueira.


Ser uma empresa sustentável, que colabora também para a sustentabilidade de seus clientes é um dos objetivos da Boxflex, que atua no mercado calçadista oferecendo couraças, contrafortes e palmilhas. Conforme a diretora comercial, Clarissa Grings Fleck, a sustentabilidade está presente na cultura da organização a partir de sete processos certificados e comprovados por laudos independentes: a fabricação de não tecido utilizando fibras de poliéster reciclada na linha Texair Eco; o desenvolvimento de placas de couraças e contrafortes utilizando polímeros de origem reciclado na linha Ecoforma; a produção do próprio Ecoforma em sistema de ciclo fechado, no qual usa em sua formulação material reciclado e 100% reciclável; a produção com emissão zero de efluente líquido; o tratamento do esgoto cloacal; a utilização de energia limpa em todo o parque fabril e o controle de substâncias químicas restritas.


Junto com o processo de reformulações para que os componentes sejam mais sustentáveis, a empresa atua de forma a garantir a preservação das propriedades dos seus produtos. “Todas as características de performance foram mantidas, pois possuímos um rigoroso controle da qualidade do processo de fabricação baseado no sistema ISO 9001 desde 1999, proporcionando total segurança e confiança aos nossos clientes”, garante Clarissa, pontuando que a empresa já desenvolveu toda uma cultura de sustentabilidade baseada nos pilares social, econômico e ambiental. “Estas ações capacitam a Boxflex e os seus produtos a uma liderança no que diz respeito ao conceito de economia circular. Desta forma, o usuário ou cliente tem a garantia de estar recebendo um produto que atende aos atuais requisitos de qualidade sustentável, a sociedade se beneficia da cultura de sustentabilidade desenvolvida e o meio ambiente fica preservado das práticas de descarte inadequado”, resume a diretora.


Criada em 2001 e hoje com 30 empregos diretos, a Foamtech é, de acordo com o assistente administrativo, Vitor Soares Mussolino Slotty, a única empresa no mundo a ter a patente do Biolatex, utilizado para a fabricação das palmilhas que estão presentes nos mais diferentes tipos de calçados. Além de ser 100% biodegradável, o material não utiliza componentes tóxicos, inflamáveis ou corrosivos em sua formulação.



O material está presente desde o início do processo, ainda na formulação das matérias-primas, e é considerado insubstituível pela empresa, por estar alinhado com o padrão de qualidade dos produtos que oferece ao mercado.


“Temos o cuidado para que as palmilhas Foamtech sejam as mais ecologicamente corretas possível, especialmente com relação à gestão das substâncias restritas, e buscamos a comprovação através de laudos técnicos emitidos por instituições credenciadas junto aos órgãos de fiscalização”, salienta.


Embora o resíduo industrial gerado pela empresa tenha autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para que o descarte possa acontecer também como lixo comum, as palmilhas e todos os resíduos gerados ao longo dos processos de produção são ambientalmente sustentáveis e reaproveitáveis. “Nossos produtos são aprovados também pelo Ministério da Saúde, sendo apropriados inclusive para o uso em calçados infantis, oferecendo conforto e performance sem prejudicar o meio ambiente ou a saúde do usuário”, ressalta Vitor, complementando que o produto se destaca pela performance, tanto com relação à memória quanto à durabilidade, impactando na percepção de valor dos calçados.


O foco em liderar mudanças tecnológicas para gerar soluções sustentáveis provocou, em 2021, uma mudança histórica: pela primeira vez, nos 73 anos da Artecola Química, os adesivos da categoria solvente deixaram de ser os mais usados pelos clientes calçadistas. Os produtos à base de solvente ficaram com 40% das vendas, enquanto adesivos hot melt e base água somaram 60%. “Foi um marco muito importante para nós, porque realmente temos o propósito de trabalhar com inovações sustentáveis, e o impacto ambiental é um indicador expressivo para nossas metas”, comemora o presidente executivo, Eduardo Kunst.


Para seguir com esses resultados, a Artecola ampliou a família de adesivos hot melt para o setor. Além das tecnologias PSA e Poliamida, passou a oferecer a linha Artemelt PUR, criando mais opções de colagem sustentável na produção de calçados.


Em laminados, a empresa é pioneira em sustentabilidade e segue inovando. Além dos contrafortes, couraças e palmilhas reciclados e recicláveis, desenvolveu o inédito contraforte com polímero de fonte renovável, criou uma linha biodegradável (exclusiva da Artecola) e lançou materiais que usam garrafa PET reaproveitada. Cada 1.000 pares de contrafortes equivalem a 400 garrafas PET reutilizadas. A empresa também transforma resíduos de várias indústrias em matéria-prima. Até julho deste ano, foram mais de 2.600 toneladas reaproveitadas, 41% acima da meta.


Atuando em diversos mercados, a corporação mantém uma ligação histórica com o setor calçadista desde a fundação, em 1948. Com 750 colaboradores, possui plantas produtivas no Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, México e Peru, e marca presença em 18 países da América Latina.


O Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro Calçado e Artefatos (IBTeC) foi criado há 49 anos para fornecer suporte técnico às indústrias do sistema coureiro-calçadista, que iniciavam na época as exportações e precisavam adequar os seus produtos às exigências internacionais acerca da qualidade. Passado o tempo, a instituição assumiu cada vez mais a posição de ser o braço tecnológico do setor, investindo escalonadamente na modernização de seus laboratórios e na capacitação técnica dos seus colaboradores. Hoje, é reconhecido mundialmente pelo domínio das tecnologias de conforto e gestão das substâncias restritas, e também se destaca no mercado pelas pesquisas em microbiologia e pela certificação de EPIs.


Para atender à necessidade das empresas para serem mais competitivas, criou o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), o qual trabalha com parceiros externos para a busca de soluções para os gargalos e também para a implantação de novas tecnologias que agreguem aos produtos valor percebido pelo consumidor.


Preocupado em também fazer a sua parte nesta busca pela sustentabilidade, estabeleceu uma série de programas voltados à responsabilidade socioambiental, conscientizando e envolvendo os colaboradores em ações que orientam e incentivam a melhoria da qualidade de vida na sociedade. Apadrinhamento da Casa Lar do Menino buscando canalizar recursos, doações e contribuições; em parceria com a Associação de Assistência em Oncopediatria (AMO), engajou na campanha de arrecadação de tampinhas plásticas, cuja venda é 100% destinado para a assistência a crianças e adolescentes com câncer; também se engajou nas ações sociais do Projeto Horta Comunitária Joana de Ângelis, sendo a doação de alimentos uma das práticas. Outro projeto é a doação para entidades de assistência social, de calçados desenvolvidos em projetos montados em feiras setoriais, como a Fimec e o Sicc.


A Pollibox Ecoadesivos atua há mais de 15 anos de mercado e, desde o início, a sustentabilidade se fez presente em seus processos, inclusive em seu DNA.


Com o desenvolvimento de seus produtos, busca criar alternativas inovadoras para conquistar players cada vez mais exigentes e oferece filmes adesivos com matéria-prima de fontes renováveis e biodegradáveis para empresas dos segmentos calçadista, automobilístico, confecção, lingerie, patchwork e também na dublagem de tecidos e espumas, possuindo um diferencial que está no EVA a base de cana-de-açúcar, material 100% renovável e com garantia da preservação das propriedades técnicas, através de laudos fornecidos pela Braskem.


O diretor Antonio Carlos Bianchi observa que o uso de materiais renováveis e biodegradáveis é fundamental para as empresas que desejam desenvolver produtos também com apelo sustentável, uma característica cada vez mais valorizada pelo mercado da moda e pelo consumidor final.


Os cuidados com a natureza são importantes para que ela possa ser desfrutada pelas gerações futuras e os filmes adesivos da Pollibox não afetam o meio ambiente, pois, não levam produtos tóxicos em sua composição e processo de fabricação.


Com mais de 125 anos de história e posicionada como líder no mercado nacional de plastificantes, a Elekeiroz possui uma linha completa desses produtos isentos de ftalatos e de origem sustentável, além de um amplo portfólio para atender as mais diversas regulamentações mundiais. Recentemente, patenteou e lançou o exclusivo NEXO MB25 - pioneiro da 3ª Geração de Plastificantes Vegetais -, que surge para promover maior compatibilidade e permanência do plastificante em compostos de PVC flexíveis para solados e materiais injetados.


A linha NEXO é a primeira do Brasil a receber a certificação internacional USDA Certified Biobased Product Label, conferindo o rótulo de produto de base biológica. O gerente executivo nacional de Vendas, Roberto Rossit, enfatiza que ao utilizar um plastificante de origem vegetal, além do desempenho, deve-se levar em conta os benefícios para o meio ambiente, quando se avalia toda a cadeia produtiva: uso de matérias-primas de fontes renováveis, redução do ciclo de carbono, da emissão de gases e de outros potenciais poluentes. “Poderíamos definir os princípios básicos dos plastificantes de origem vegetal como o respeito ao meio ambiente e aos indivíduos, na busca de matérias-primas sustentáveis e que entreguem o desempenho técnico desejado”, contextua Roberto.


Entre os impactos diretos pelo uso do MB-25, o gerente destaca o atendimento às legislações de exportação e do mercado interno, e às exigências de uma fatia cada vez maior do mercado - o público consciente dos impactos que o nosso estilo de vida e consumo fazem ao meio ambiente, principalmente entre as Gerações X e Millenials.


A Dow e o Grupo Natura se uniram no desenvolvimento de um projeto de produção de materiais para promover a sustentabilidade e criar uma fonte de renda às famílias da região de Breu Branco/PA, no interior da floresta Amazônica, onde está uma das fábricas da indústria química. Lançado em maio deste ano, com a colaboração do Instituto Peabiru e a The Nature Conservancy (TNC), o Projeto Ybá integra a lista de estratégias ambientais, sociais e de governança da Dow, contando com investimento inicial de R$ 1 milhão.


Na prática, uma cooperativa local passa a receber auxílio para estruturar os processos e as capacidades técnicas do fornecimento de bioativos existentes em áreas preservadas da companhia, com gestão sustentável e regenerativa. A Natura vai apoiar o desenvolvimento da cooperativa com orientação do Instituto Peabiru e ajudar na avaliação técnica dos bioativos, sendo também uma das clientes que vai negociar e vender as sementes extraídas. “A partir do momento em que eles valorizam a floresta e que aquilo se torna meio de vida às famílias, eles ajudam a preservá-la”, avalia a diretora comercial do negócio de soluções para o consumo da Dow para a América Latina, Flavia Venturoli.


A Natura pretende utilizar os bioativos na produção dos produtos como óleos corporais e loções hidratantes da linha Ekos. “A andiroba produz um óleo rico em propriedades restauradoras. Da mesma forma a ucuuba produz uma manteiga natural com alto poder de hidratação”, diz o gerente de suprimentos de Natura &Co, Mauro Costa.


A Brastema comercializa as máquinas retilíneas da Shima Seiki, além de apresentar maneiras inovadoras de produção no mercado utilizando o sistema de design e programação. Através de tecimentos tridimensionais sem costuras e sem desperdícios, a tecnologia japonesa visa a respeitar os pilares da sustentabilidade. “Hoje em dia, grande parte das empresas de calçados desenvolvem produtos tecendo várias vezes a amostra piloto, gerando perda de tempo e de matéria-prima. Com o nosso sistema SDS-ONE APEX4, é possível realizar amostras virtuais de designs, gerando economia dos insumos de produção e permitindo de maneira rápida mais opções de cores virtualizadas, sem a necessidade de produzir fisicamente”, contextualiza o diretor Luis Seidl.


As máquinas retilíneas computadorizadas podem tecer os produtos já em seus formatos corretos para costurar posteriormente, além de existir a possibilidade de desenvolver versões totalmente sem costuras, diminuindo as sobras de matéria-prima no corte. A tecnologia envolvida no Sistema Total Fashion auxilia na criação de produtos utilizando moldes, modelos e amostras virtuais, fazendo simulações para conferência e aprovação antes mesmo de tecer a primeira peça.


“Além do sistema de design capaz de desenvolver amostras virtuais, reduzindo gastos com insumos e o desperdício de matéria-prima, investindo em fios reutilizados e promovendo o consumo consciente, se consegue respeitar os pilares da sustentabilidade”, pondera o diretor, considerando ainda que, com a tecnologia atualizada atrelada a empresas e consumidores comprometidos com o meio ambiente, é possível vislumbrar um futuro promissor para a indústria calçadista e para a sociedade.


Líder mundial em linhas industriais, a Coats emprega 17 mil colaboradores e opera em cerca de 50 países. Oferecendo produtos, serviços e soluções de software complementares e de valor agregado para as indústrias de vestuário e calçados, desenvolve linhas com materiais de alta tecnologia e performance para áreas como transportes, telecomunicações, energia e proteção individual.


Presente há 114 anos no Brasil, lançou em 2019 a sua atual Estratégia de Sustentabilidade, que inclui sete metas nas cinco áreas prioritárias de água, energia, efluentes e emissões, social e vida sustentável que pretende alcançar até 2022. Primeira empresa têxtil a utilizar água de reuso no Brasil, mensalmente, deixa de consumir água potável em seus processos industriais, economizando o equivalente ao abastecimento de 765 famílias por mês.


Além de fazer parte do Pacto Global das Nações Unidas, em atenção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030, investe na oferta de produtos sustentáveis e ecológicos. A gerente de Meio Ambiente e Compliance, América do Sul, Aline Cunha, aponta o desenvolvimento de uma grande variedade de linhas de costura, fios, zíperes e acabamentos, incluindo a Coats EcoVerde, primeira linha 100% reciclada disponível globalmente de linhas de costura coloridas premium e texturizadas; a Coats EcoRegen, feita de polpa de madeira de origem sustentável que é totalmente biodegradável; e a CoatsKnit Eco, que incorpora fibras naturais renováveis, além da Coats Signal EcoVerde, que é a primeira fita reflexiva sustentável do mercado.


"Costumamos dizer que estamos em uma jornada para a sustentabilidade, sendo que um marco importante é a criação do setor de Desenvolvimento Sustentável, há mais de 10 anos, com foco na criação de programas, projetos e ações com pautas sociais, ambientais e econômicas.” A afirmação é do gerente de Desenvolvimento Sustentável da Grendene, Carlos André Carvalho. Ele conta que, ao longo do tempo, políticas para o desenvolvimento sustentável foram estabelecidas para garantir parâmetros de produção responsáveis, que devem ser respeitados por todos os atores da cadeia de valor, a exemplo da gestão das substâncias restritas que está realizando com todos os fornecedores.


Com a implantação de estações de tratamento de efluentes e o reuso de 100% dos efluentes tratados no parque fabril, nenhum resíduo é destinado para aterro industrial. Além disso, as discussões sobre a reutilização de resíduos e parcerias com cooperativas de recicladores são uma realidade na Grendene desde a década de 1990.


A empresa aumenta constantemente o seu catálogo de produtos de menor impacto, como é o caso do lançamento mais recente, a Melissa Free, que conta com EVA biobased em sua composição, com origem em matéria-prima de fonte renovável. “O desenvolvimento de produto de menor impacto prioriza atributos para a redução do impacto ambiental, de modo que temos na composição dos calçados, em média, 30% de material reciclado. Além disso, usamos PVC, que é 100% reciclável”, contextualiza o gerente.


A Grendene estabeleceu 8 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ONU como prioritários para guiar as ações das marcas que desenvolve. Eles estão relacionados aos pilares de valorização e respeito às pessoas, operações ecoeficientes e produto de menor impacto. Dentro de cada pilar, existem premissas que norteiam os nossos esforços, como: incentivar mecanismos de gestão para promover a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento profissional; aprimorar os programas de responsabilidade socioambiental, educação ambiental e consumo consciente de recursos, mantendo uma gestão de eficiência energética e de baixa pegada hídrica; e pesquisar e incentivar o uso de materiais renováveis e recicláveis, fomentando práticas de reciclagem e reaproveitamento de insumos e resíduos.


Presente nos segmentos calçadista, de brindes, entre outros, a Zahonero destaca entre as suas opções de produtos sustentáveis os forros de cabedais e palmilhas em base de derivados da soja, além da linha Natur Zero Waste, que é toda elaborada a partir de resíduos da própria indústria. Esses materiais, de acordo com o gerente comercial, Juliano Wolf, podem ser usados em estruturas de uma ampla gama de produtos, tais como cabedais e forros de calçados e artefatos, palmilhas e forros de bermuda para ciclismo. “Muitos de nossos produtos são compostos a partir de látex natural, soja ou até mesmo de resíduos de PU. Nas formulações, buscamos desenvolver materiais leves, transpiráveis, respiráveis, proporcionando maior performance e resiliência, com conforto e durabilidade comprovados através de testes laboratoriais”, enfatiza Juliano.


Lembrando que a Zahonero é uma empresa que sempre busca desenvolver artigos que atendam às necessidades dos seus parceiros, proporcionando benefícios aos usuários finais, que poderão adquirir produtos com valor agregado, afirma que “a sociedade se beneficia com o uso de nossos produtos sabendo que estamos fazendo nossa parte para um mundo mais sustentável, buscando tecnologias e inovações para de alguma maneira diminuir o impacto ambiental”, conclui o gerente.



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