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Uso de máscara exige revisão da leitura biométrica

Pesquisa do governo dos EUA envolvendo seis milhões de fotografias, com e sem máscara, reforça a preocupação dos especialistas no assunto.


A normalização do uso de máscara pela população mundial está exigindo uma revisão das soluções de reconhecimento facial para a autenticação de identidades e acessos. Segundo avaliação da Flexdoc, empresa especializa- da em sistemas de onboarding digital e tecnologias de processamento por imagem, além de limitar a área biométrica exposta à leitura, as máscaras trazem combinações exponenciais de cor, volume, textura e nível de cobertura do rosto que confundem os algo- ritmos de leitura e comprometem as taxas de acerto e a velocidade ideal dos processos.


De acordo com uma pesquisa realizada pelo governo dos EUA através da sua agência de metrologia NIST (National Institute of Standards and Technology), a taxa de erros de leitura dos melhores algoritmos do mercado, diante do rosto mascarado, aumenta entre 5% e 50%, afetando também os tempos de respostas. Para mapear o problema, o NIST estudou 6 milhões de imagens de indivíduos, com ou sem a inserção de formas variadas de máscara, através de simulação digital desse item nas fotografias.


O estudo envolveu 89 algoritmos considerados os mais precisos do mercado. Na análise do diretor de tecnologia e inovação da Flexdoc, Carlos Flávio de Souza, as soluções que se baseiam em comparação de parâmetros de face vão, por isto, precisar combinar este recurso com outras metodologias. Entre elas, leitura de íris, o maior detalhamento biométrico da região dos olhos e pálpebras, a análise da cor e textura da pele etc.


A própria Flexdoc vem fazendo uso de combinações desse tipo e incluindo em seus projetos o recurso de “prova de vida”. Ou seja, a exigência de uma ação específica do usuário remoto ou local na hora da validação, como uma foto da própria mão aberta (algo que não poderia ser previsto por um fraudador), ou o envio de uma selfie com um dos olhos fechados. “É claro que é sempre possível solicitar que o usuário retire a máscara na hora do embarque digital, mas a tecnologia ideal é que a se adapta a condições concretas.” Além disso, afirma Flávio, “existem casos de checagem biométrica em movimento, no ingresso a ambientes críticos, ou em hospitais, por exemplo, onde nem sempre é eficiente esta exigência”.


Além da difícil leitura de parâmetros faciais, as novas exigências sanitárias trazem mais um complicador para a leitura biométrica, que são os riscos de contaminação associados ao contato físico, por exemplo, na leitura da palma da mão ou de digitais físicas do indivíduo.


“Será necessário um esforço maior da indústria de biometria para aperfeiçoar os leitores sem contato. Enquanto isto não acontece, a combinação de vários métodos satisfaz os requisitos de segurança, rapidez e compliance, mesmo trazendo mais dificuldade para a arquitetura de validação e onboarding”, conclui o diretor da Flexdoc.


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