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Segurança industrial sob pressão: Setor enfrenta entraves na proteção ao trabalhador e especialistas apontam soluções

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A proteção nas indústrias brasileiras vive um paradoxo: embora regulamentada por normas rigorosas e reconhecida como essencial, ainda é tratada como um protocolo burocrático - e não como um valor organizacional. A implantação do sistema Loto (Lockout/Tagout), que garante o bloqueio de fontes de energia durante manutenções e intervenções em máquinas, escancara esse dilema. Mais do que cadeados e etiquetas, o sistema exige cultura, disciplina e envolvimento humano.

O Loto é um procedimento obrigatório para garantir que máquinas e equipamentos estejam completamente desenergizados durante manutenções. No entanto, sua aplicação ainda é falha em muitas plantas industriais. “É comum encontrarmos dispositivos improvisados, ausência de mapeamento das fontes de energia e falta de padronização nos procedimentos”, afirma o engenheiro de aplicação da Tagout, Ricardo Augusto.

Essas falhas podem resultar em acidentes graves, como religamentos inesperados de máquinas, além de multas e interdições por parte da fiscalização. Um estudo interno da empresa mostra que companhias que implementaram corretamente o sistema Loto reduziram em até 80% os incidentes relacionados à manutenção.

O promotor técnico da Tagout e especialista em Segurança do Trabalho, Emerson Tempesta, alerta que muitas empresas começam pelo fim. “Compram cadeados e etiquetas sem mapear as fontes de energia ou definir os processos. Isso compromete toda a estrutura do programa”, adverte.

Da teoria à prática

Emerson reforça que o sucesso do sistema depende de treinamentos que vão além da teoria. “A Tagout aplica treinamentos práticos, com simulações reais e acompanhamento contínuo”, explica. O programa é estruturado em etapas: diagnóstico do parque industrial, mapeamento das fontes de energia, elaboração dos mapas de bloqueio, definição dos profissionais autorizados e capacitação teórica e prática.

Os colaboradores precisam entender os riscos, os conceitos de energia residual e os procedimentos de emergência. Só assim o conhecimento se transforma em comportamento seguro”, afirma Emerson, lamentando que a segurança é tratada de forma reativa. E muitos colaboradores não se sentem parte do processo. “A mudança só acontece quando a empresa mostra, com atitudes, que o que importa são as pessoas”, considera.

Mais do que vender produtos, a Tagout se posiciona como parceira estratégica na construção de uma cultura de segurança. Segundo o executivo João Tosmann, muitas empresas só tomam medidas efetivas após acidentes graves. “É quando a dor chega que começam a buscar soluções. E a consolidação dos resultados exige tempo para transformar comportamento, disciplina e cultura”, explica.

A empresa aposta em treinamentos personalizados, campanhas de engajamento e suporte contínuo para consolidar hábitos seguros. “Primeiro vem o uso dos EPIs e EPCs, depois o comportamento, depois a disciplina. É um processo. E precisa de controle constante”, reforça o CEO.

A Tagout é referência nacional em soluções de bloqueio e etiquetagem, com foco no procedimento Loto (Lockout/Tagout). Mas João faz questão de esclarecer: “Não é tecnologia, é procedimento. Os produtos têm inovação, claro, mas o que importa é a disciplina de aplicar o bloqueio corretamente, todos os dias.”

Não adianta ter software se o pessoal não sabe bloquear. Não adianta ter os produtos se não há cultura. E essa cultura só se constrói com disciplina. E se a empresa não cobra, não acontece. Isso é fato”, reforça.

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