Luis Vieira
Por Luis Vieira
Devido à preocupação com o meio ambiente e com a imagem das organizações, a logística reversa e a economia circular são duas práticas sustentáveis que passaram a ser mais discutidas nos últimos anos. A logística reversa se refere a procedimentos voltados para o retorno dos materiais já utilizados ao ciclo produtivo, já a economia circular se trata de um conceito mais amplo que se contrapõe ao atual modelo linear de produção e consumo.
O termo logística reversa surgiu a partir da necessidade de atender o recolhimento de produtos após a venda ou consumo e compreende o conjunto de ações que envolve sistema de coleta, transporte, armazenamento, reciclagem e tratamento de resíduos produzidos pelo descarte de produtos e embalagens.
A ideia é aumentar a eficiência no uso dos recursos naturais pela sociedade - por meio do incremento nos índices de reuso, reciclagem e recuperação dos materiais - e incentivar a melhoria ambiental no projeto dos produtos e embalagens, promovendo o ecodesign. Um exemplo de logística reversa é a coleta e reciclagem de embalagens de plástico. Com relação aos produtos em si, um exemplo clássico é o caso das latinhas de alumínio.
Tendo como objetivos a redução de custos, o diferencial na imagem corporativa da empresa e a geração de empregos e novas oportunidades de negócios, a logística reversa permite ao consumidor retornar à empresa um produto após seu consumo, de forma que o fabricante realize o descarte correto.
Apesar de o Brasil, em 2020, ter batido recorde reciclando 97,4% das latas de alumínio que entraram no mercado - segundo dados do setor -, esta não é a realidade dos outros segmentos. Entre as principais dificuldades para implantação da logística reversa são encontrar empresas que estejam habilitadas a executar o ciclo de logística reversa, a aplicabilidade das leis, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e a relação entre o baixo custo das matérias-primas e os altos investimentos para se aplicar o sistema no dia a dia das empresas.
A economia circular, por sua vez, é um conceito que associa desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais, por meio de novos modelos de negócios e da otimização nos processos de fabricação com menor dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis. Ela funciona em um sistema econômico de ciclos fechados, em que as matérias-primas, componentes e produtos perdem o seu valor o mínimo possível.
Neste contexto, a indústria circular reaproveita os seus próprios resíduos industriais nos processos produtivos. Enquanto isso, os canais de ciclo fechado se complementam com o retorno de um determinado produto ao próprio fabricante, sendo que do mesmo é extraído o material para a produção de matéria-prima reciclada de forma seletiva, a qual é usada na confecção de outro produto similar ao original.
A indústria circular, portanto, ao pensar nos resíduos como recursos e usar insumos circulares, acaba por eliminar a geração de rejeitos e poluição, mantendo os produtos e materiais em uso por mais tempo.
PNRS esbarra nos sistemas de logística reversa
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é uma lei criada em 2010 (Lei nº 12.305/10), que determina a forma como o País deve lidar com o “lixo“ e impõe aos setores público e privado a transparência no gerenciamento de seus resíduos. Desde então, diferentes segmentos se organizam para encontrar soluções que viabilizem a coleta e o tratamento correto de produtos e embalagens pós-consumo. O problema é que existem obstáculos para a implantação dessa logística e um deles é o alto custo das operações de separação e encaminhamento desses materiais às empresas que os originaram, para que elas possam efetuar a destinação correta, evitando com isso que os mesmos sejam descartados de maneira inadequada. Outro é a falta de cultura para a separação dos resíduos.
O coordenador dos cursos de Engenharia da FTEC Novo Hamburgo/ RS, professor Uilian Boff, comenta que, apesar de esta lei estar em vigor há mais de 10 anos, o assunto é ainda recente para a sociedade, e que a eficiência na aplicabilidade das normativas pressupõe também uma mudança de cultura não somente nas organizações, mas nas pessoas de uma forma geral.
“Os diferentes setores estão se organizando para cumprirem o que a PNRS determina, alguns estão mais avançados, outros seguem em fase de estruturação. No Brasil, temos excelentes exemplos de logística reversa, sendo um deles a lata de alumínio que em 2020 teve mais de 97% das latas recicladas (Fonte: https://cempre.org. br/latas-de-aluminio/). Todos - poder público, organizações empresariais e consumidores - precisam agir de forma conjunta para que os resíduos possam ser reaproveitados, reciclados ou que se possibilite ao fabricante um descarte correto. O desafio é que a logística para isso nem sempre é fácil, principalmente em um país como o Brasil, com diferenças regionais muito importantes, as quais afetam a coleta e o transporte dos materiais, principalmente daqueles com baixo valor agregado”, pontua.
Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em março de 2023, o quilo do PET vazio, que chegou a ser comercializado por R$ 2,18 caiu para R$ 0,98, uma redução de 55%. O preço do papel branco teve uma queda ainda maior, 71%, antes custava em média R$ 0,64 e foi para R$ 0,19. Já o papelão caiu de R$ 0,78 para R$ 0,21, com uma redução ainda mais expressiva, de 73%. O professor Uilian fez uma comparação entre o valor pago no quilo para alguns materiais e a latinha de alumínio. De acordo com ele, enquanto o quilo de alguns materiais fica abaixo de R$ 0,20, o mesmo peso em alumínio chega a ser comercializado por R$ 6,00. “Isso afeta todo o sistema de logística reversa. Se observarmos o custo da logística para esses materiais chegarem até o reciclador ou a empresa que irá dar a destinação adequada e compararmos com os baixos valores do quilo dos mesmos, em muitos casos esse trabalho não é economicamente sustentável.
Outra questão é a conscientização das pessoas em fazer o descarte correto dos seus resíduos. Embora haja diferentes iniciativas que buscam conscientizar a população sobre a correta separação e o descarte adequado dos resíduos, é um processo demorado e que quando não é realizado da forma adequada, acaba muitas vezes fazendo com que aquele material que é reciclável e que poderia ser reaproveitado vá parar no aterro sanitário.
Regulamentação
Os sistemas de logística reversa podem ser implementados e operacionalizados por meio de três instrumentos:
1) Regulamento expedido pelo Poder Público - Neste caso a logística reversa pode ser implantada diretamente por regulamento, veiculado por decreto editado pelo Poder Executivo. Antes da edição do regulamento, o Comitê Orientador avalia a viabilidade técnica e econômica da logística reversa. Os sistemas de logística reversa estabelecidos diretamente por decreto devem ainda ser precedidos de consulta pública.
2) Acordos Setoriais - Os acordos setoriais são atos de natureza contratual, firmados entre o Poder Público e os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, visando a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. O processo de implantação pode ser iniciado pelo Poder Público ou pelos fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes dos produtos e embalagens.
3) Termos de Compromisso - O Poder Público pode celebrar termos de compromisso com fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes visando ao estabelecimento de sistema de logística reversa nas hipóteses em que não houver, em uma mesma área de abrangência, acordo setorial ou regulamento específico, consoante o estabelecido no Decreto nº 7.404/2010, ou para a fixação de compromissos e metas mais exigentes que o previsto em acordo setorial ou regulamento. Os termos de compromisso têm eficácia a partir de sua homologação pelo órgão ambiental competente do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), conforme sua abrangência territorial.
Economia Circular é realidade na Marluvas
Para a Marluvas, fabricante de equipamentos de proteção individual (EPI) calçados e luvas, a sustentabilidade e o impacto das ações humanas no planeta é tão importante que figura entre os valores da companhia e uma das estratégias para garantir esse compromisso é a economia circular. De acordo com o analista de Meio Ambiente da empresa, André Belchior Silva, a circularidade tem como base o racionamento da matéria-prima tomada, a produção do item considerando a ampliação da sua vida útil e a reutilização dos produtos.
Nesse sentido, a empresa busca matérias-primas sustentáveis, como forros oriundos de garrafa PET, por exemplo. “Para cada par de calçado, uma garrafa PET é reciclada, transformada em fibras e devolvida à sociedade num novo produto. As linhas de calçados TXT e Nexus já recebem esse tipo de forração”, informa a coordenadora de Desenvolvimento de Novos Produtos, Daniele Rezende Belchior.
Segundo ela, a garrafa PET também está presente no contraforte da maior parte dos produtos e em mantas utilizadas na linha Premier. O contraforte é responsável por garantir a conformação do calçado no calcanhar, além de contribuir com a segurança e conforto do consumidor. As mantas estão presentes na estrutura interna do sapato e contribuem com a estética e conforto.
Chama atenção ainda os investimentos da empresa em processos mais eficientes e que garantam o aproveitamento máximo da matéria- -prima. Um dos exemplos é o uso de quase 100% de um dos principais componentes dos calçados profissionais, o PU, base na produção do solado. A linha de PVC da companhia é outro exemplo de aproveitamento de toda a matéria-prima, reduzindo a zero o desperdício. “Quase 30 produtos compõem esta linha, muita requerida por profissionais de frigoríficos e outras indústrias alimentícias, serviços gerais, zeladoria, cooperativas, entre outros”, explica o analista de Produtos da Marluvas, Yuri Assis.
Quando o assunto é reaproveitamento de insumos, a empresa também compartilha boas práticas: as aparas de couro dos sapatos são coprocessadas e viram insumos para fornos de clinquer (o blend contribui para o aumento da temperatura dos fornos de cimenteiras e as cinzas são incorporadas no próprio cimento). Os recortes de espumas passam a compor estofados. Já as caixas de papelão que seriam descartadas são recolhidas por empresas de reciclagem.
Ainda falando sobre embalagens, a Marluvas recebeu recentemente o selo Eureciclo. Pelo programa, a companhia realiza a compensação ambiental de parte do resíduo pós-consumo. “Em outras palavras, para cada embalagem colocada no mercado, a empresa garante que uma porcentagem seja reciclada por associações e outros centros de triagem, fazendo girar a economia sustentável”, garante André.
Vale destacar também a cultura de sustentabilidade que a empresa cria oficialmente desde o ano de 1999, quando nasceu o Programa de Coleta Seletiva e outros que se seguiram, como uso consciente de energia elétrica, substituição de todas as lâmpadas por led, tratamento do esgoto gerado, arborização das 10 unidades fabris, instalação de lixeiras no centro das cidades em que está inserida e um programa de educação ambiental para colaboradores e estudantes.
Segundo o analista de Meio Ambiente, a Marluvas segue reinventando seus processos e se adequando às novas (e velhas) necessidades da sociedade. “Certamente, todos precisamos dar passos na construção de uma sociedade mais engajada com a causa ambiental e em direção à sustentabilidade do planeta”, finaliza.
O desenvolvimento sustentável é o caminho também para a Piccadilly
Sempre atenta aos impactos ambientais, sociais e culturais de suas ações, a fabricante de calçados femininos Piccadilly tem também se destacado pelos esforços e conquistas em relação à sustentabilidade nos últimos anos. A empresa calçadista, que investe em materiais de origem renovável/reciclada e conta com uma política de sustentabilidade e um comitê de Inovação e Sustentabilidade, divulga suas ações no seu relatório bianual. O relatório 2021/2022 foi lançado no último dia 28 de setembro, nas suas redes sociais e nos seus canais de endomarketing.
A empresa entende que a sustentabilidade não é apenas uma opção, mas uma responsabilidade. A vice-presidente e diretora de Produto e Inovação, Ana Carolina Grings, reconhece a demanda global por ações sustentáveis nesse contexto.
“Sustentabilidade sempre foi parte integrante de nossa cultura empresarial, e por isso temos metas claras e uma equipe engajada e comprometida em efetivar mudanças reais. A Piccadilly tem um compromisso com a sustentabilidade em todas as áreas de seu negócio. Sabemos que nosso sucesso a longo prazo depende de nossa capacidade de adotar práticas sustentáveis em nossas operações diárias”, destaca.
Os compromissos com a sustentabilidade incluem desde a promoção do bem-estar social dos colaboradores, consumidoras e comunidade, até o apoio e fomento às culturas locais. A empresa também tem o encorajamento feminino como propósito e acredita no poder transformador da igualdade de gênero. Nesta trajetória, mais de 30 mil mulheres já foram impactadas com conteúdo sobre encorajamento feminino. Além disso, 36% dos cargos de liderança na empresa são ocupados por mulheres. Essa prática tem como objetivo promover a diversidade, a igualdade de oportunidades e a valorização do talento. A marca entende que ter uma liderança diversa e equilibrada é fundamental para uma cultura organizacional saudável e para impulsionar o crescimento e a inovação.
Para auxiliar no desenvolvimento de toda a sociedade, a Piccadilly listou oito compromissos que norteiam todas as suas atividades e conta com uma área estratégica de ESG (Environmental, Social and Governance - práticas ambientais, sociais e de governança, em português) que tem como papel levar as temáticas importantes para alta administração, estabelecer os temas prioritários, definir políticas, engajando as partes interessadas internas e externas na jornada da sustentabilidade.
Os compromissos da Piccadilly nessa missão
1) Desenvolver as mulheres para serem protagonistas da sua caminhada;
2) Esclarecer parcerias na cadeia de valor com empresas social e ambientalmente responsáveis;
3) Atender aos limites de tolerância quanto à presença de substâncias restritas;
4) Mitigar e compensar os impactos gerados pelas atividades da Piccadilly em combate às mudanças climáticas;
5) Aumentar a utilização de matérias-primas recicladas e a reciclagem/reutilização dos resíduos sólidos;
6) Aumentar o volume de embalagens sujeitas à logística reversa em todo território nacional;
7) Fomento à inovação em sustentabilidade, a partir de ações que estimulem todos a repensar processos e produtos;
8) Promoção da cultura, bem como a manifestações culturais que incentivem a diversidade e inclusão.
Diferentes conceitos que norteiam as práticas sustentáveis
Economia Solidária
Sistema de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver, sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente, visando ao bem-estar social.
Desenvolvimento Sustentável
Entendido como o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de suprirem as suas próprias necessidades - foi concebido de modo a conciliar as reivindicações dos defensores do desenvolvimento econômico como as preocupações de setores interessados na conservação dos ecossistemas e da biodiversidade. Gestão sustentável é, portanto, a capacidade para dirigir o curso de uma empresa, comunidade ou país, através de processos que valorizam e recuperam todas as formas de capital, humano, natural e financeiro. Para um empreendimento ser considerado sustentável, é preciso que seja ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso.
Produção limpa
É uma abordagem para a produção ecoeficiente, ou seja, os fabricantes devem se preocupar desde o projeto, a seleção de matérias-primas, o processo de produção, o consumo, a reutilização, o reparo, a reciclagem até a disposição final dos produtos. Para tanto a logística reversa deve ser utilizada. As principais características de um bem produzido segundos os critérios da produção limpa são: utilização de materiais não tóxicos e reutilizáveis, processo limpo e com baixo consumo de energia, mínima utilização de embalagens, facilidade na montagem, desmontagem, conserto e reciclagem, destinação final ambientalmente adequada gerida pelo fabricante.
Análise do ciclo de vida
Ferramenta que permite a quantificação das emissões ambientais ou a análise do impacto ambiental de um produto, sistema ou processo. Essa análise é feita sobre toda a “vida” do produto ou processo, desde a extração das matérias-primas, no caso de um produto, até quando o produto deixa de ter uso e é descartado como resíduo, passando por todas as etapas intermediárias (manufatura, transporte e uso). Esta ferramenta é muito utilizada para comparar o impacto ambiental de diferentes produtos com similar função e também o impacto de diferentes tipos de tratamento de resíduos, como a incineração versus aterro sanitário, por exemplo, ou ainda o impacto na natureza proporcionado por diferentes destinos para um determinado resíduo, tais como a reciclagem e a compostagem de papel, além de analisar os impactos dos diferentes tipos de reciclagem de materiais como o plástico ou qualquer outro.
Reciclagem
Termo utilizado para designar a reutilização de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto com as mesmas características do estado original. Uma lata de alumínio, por exemplo, pode ser derretida e voltar ao estado idêntico ao que estava antes de ser beneficiada e transformada novamente em lata, preservando as suas propriedades. As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis, e a minimização da quantidade de resíduos que necessitam de tratamento final, como aterramento, ou incineração.
Reaproveitamento
Consiste em transformar um determinado material já beneficiado em outro. Um exemplo claro é o reaproveitamento do papel. O papel de reaproveitamento não é nada parecido com aquele que foi beneficiado pela primeira vez. Este novo papel tem cor, textura e gramatura diferente. Isto acontece devido à impossibilidade de retornar o material utilizado ao seu estado original e sim transformá-lo em uma massa que ao final do processo resulta em um novo material de características diferentes. Outro exemplo é o vidro. Mesmo que seja “derretido”, nunca será feito um outro idêntico em sua cor e dureza pois, na primeira vez em que foi manufaturado, utilizou-se de uma mistura formulada a partir da areia. No segmento da moda, um exemplo de reaproveitamento de materiais que tem crescido é a utilização de PET para o desenvolvimento de tecidos, que podem combinar ainda outros materiais na sua composição, como retalhos de algodão. Essa nova matéria-prima pode ser utilizada para várias finalidades, como a confecção de cadarços, cabedais, roupas e acessórios.
Ciclo de vida fechado
No ciclo de vida fechado, os resíduos passam por processo que busca aproveitar ao máximo suas propriedades, inclusive transformando-os novamente em matérias-primas que vão reiniciar todo o processo. Um exemplo bem claro deste sistema é o das latas de alumínio, já citado no conceito Reciclagem. O alumínio é um material ideal para o ciclo fechado, pois, ao ser reciclado, torna desnecessária a extração de mais minério para a produção de uma nova lata, além de evitar a destinação desses resíduos em aterros ou lixões. Na prática, funciona assim: as latas são compradas como embalagens para produtos. Depois que seu conteúdo é consumido, elas são separadas, coletadas e prensadas, para facilitar o transporte até a usina de reciclagem. Lá, o material é fundido, para ser derretido e transformado em lingotes de alumínio. Esses lingotes são prensados e viram chapas que darão origem a novas latas, as quais receberão novos produtos e recomeçarão todo o ciclo.
Tratamento de resíduos
Trata-se de um conjunto de métodos e operações necessárias para respeitar as legislações aplicáveis aos resíduos, desde a sua produção até o destino final com o intuito de diminuir o impacto negativo na saúde humana, assim como no ambiente. Pode consistir numa deposição final, ou um tratamento intermédio, que diminua a periculosidade dos mesmos, possibilitando a sua reutilização ou reciclagem. No setor calçadista, por exemplo, uma prática que tem sido utilizada é a transformação do couro curtido ao cromo em adubo orgânico.
Produto sustentável
Diferentemente dos produtos ecológicos, que estão mais focados no meio ambiente, os produtos sustentáveis preocupam-se com toda cadeia de produção do mesmo. Sendo assim, eles visam, além da parte ambiental, ao desenvolvimento econômico e ao social. Portanto, pode ser considerado produto sustentável aquele que é proveniente de fontes renováveis, com um processo que trate adequadamente os resíduos, que apresenta baixo consumo de água, entre outros.
Logística reversa
É a área da logística que trata do fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, do ponto de consumo ao local de origem, com o menor risco ambiental possível. Como exemplos, temos o retorno das garrafas e a coleta de lixos e resíduos recicláveis ou reaproveitáveis. Mas atualmente este é um conceito muito mais abrangente, envolvendo todos os fluxos físicos, informacionais, toda a gestão de materiais e toda a informação inerente, nos dois sentidos, direto e reverso. Esta é uma preocupação constante para as empresas e organizações públicas e privadas, tendo quatro grandes pilares de sustentação (conscientização dos problemas ambientais; sobrecarga dos aterros; escassez de matérias-primas e política/legislação ambiental).
Slow fashion
Preza pela diversidade, prioriza o local em relação ao global, promove a consciência socioambiental, contribui para a confiança entre produtores e consumidores, pratica preços reais que incorporam custos sociais e ecológicos, e mantém sua produção entre pequena e média escalas.
Veganismo
Ser vegano significa a prática de dispensar todos os produtos derivados de animais: Não comer carne e nenhum produto de origem animal, como peixes, mariscos, ovos, leite e laticínios. Produtos veganos são aqueles em que não são utilizadas matérias-primas de origem animal, mas isso não significa que não contenham materiais sintéticos. Os cosméticos naturais devem conter, pelo menos, 95% de substâncias naturais e 5% de matérias-primas orgânicas ou sintéticas. Os produtos veganos são aqueles cujas marcas não utilizam qualquer tipo de ingrediente de origem animal, além de serem cruelty-free (livre de crueldade), o que quer dizer que o teste em animais é estritamente proibido - inclusive terceirizar o serviço. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) 2018, 14% da população, ou seja, 30 milhões de brasileiros, se declaram pessoas vegetarianas, o que abre um leque de oportunidade para os produtos veganistas.
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