Marcas que se conectam envelhecem bem
- marciele195
- 18 de ago.
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Uma das principais tendências demográficas ocorridas mundialmente nos últimos anos é o envelhecimento populacional. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
a população com 60 anos ou mais no Brasil já ultrapassa os 30 milhões de pessoas, e essa faixa etária continua crescendo exponencialmente. Diante deste cenário, empresas de diversos segmentos perceberam a importância de se comunicar com o público idoso, não somente como uma questão de responsabilidade social, mas também como uma estratégia de mercado inteligente.
É sensato e perspicaz entender que o idoso que existia há décadas atrás já não existe mais. Atualmente observamos os idosos com mais acesso à informação, à saúde e à tecnologia; muitos são ativos, conectados digitalmente movimentando de maneira eficaz a economia. Eles valorizam muito sua autonomia, sua qualidade de vida e buscam por experiências mais significativas. Sendo assim, é necessário compreender esse novo perfil e, a partir disso, criar métodos de comunicação e produtos que atendam às suas expectativas.
Percebo como gerontóloga que uma das formas mais eficazes de se conectar com os idosos é utilizar uma comunicação clara, empática e sem estereótipos. Os idosos rejeitam as mensagens que de alguma maneira os infantilizam ou ainda que tratem o envelhecimento como algo que não seja a evolução natural da vida, algo negativo. Por outro lado, comunicações claras e respeitosas, que valorizam a experiência, o bem-estar e a participação social dos idosos tendem a causar um maior engajamento e assim a fidelização da marca.
O destaque se dá para as empresas que investem em pequenas adaptações nos serviços e produtos, de maneira que atendam melhor as necessidades específicas dos idosos. Isso inclui produtos mais funcionais que vão desde embalagens que sejam mais fáceis de abrir, interfaces digitais mais intuitivas até serviços personalizados e com atendimento humanizado.
Marcas com propósito são mais valorizadas pelos idosos, da mesma forma que programas de fidelidade, que incluam conteúdos educativos, ações voltadas à saúde e o bem-estar. Proporcionar o envolvimento em causas relevantes também é uma forma de construir uma relação de confiança com este segmento.
Neste contexto cito alguns dos muitos exemplos de empresas que se conectam muito bem com o público idoso: Supermercados Grupo Pão de Açúcar que criaram o Programa 60+ através do qual oferecem experiências personalizadas e descontos exclusivos para clientes a partir dos 60 anos; Lojas Marisa incluem modelos maduras em suas campanhas, enfocando o conforto e o estilo com naturalidade; Farmácias Droga Raia oferecem o programa Saúde em dia, oferecendo uma abordagem educativa e acolhedora com conteúdo sobre envelhecimento ativo e foco em prevenção; Turismo CVC oferece pacotes com roteiros adaptados com comunicação voltada para grupos para terceira idade, guias especializados no bem-estar valorizando o idoso como um viajante ativo e não como um turista frágil.
Conectar-se com o público idoso exige das marcas sobretudo empatia, equidade e estratégia. Esse grupo, que é cada vez mais ativo, é extremamente relevante para o mercado, tem poder de compra e presença, agora também digital muito crescente. A conexão das marcas com os idosos deve ir além das vendas, afinal é uma oportunidade de redesenhar o envelhecimento com mais dignidade e participação. As empresas/marcas que compreenderem isso o quanto antes estarão preparadas para o futuro (que acontece agora) e serão lembradas não somente pelo o que vendem, mas pelo que constroem.
Precisando de auxílio para tornar seu produto ou sua empresa diferenciada e mais conectada, entre em contato através do e-mail: funcional@ibtec.org.br
Dra Juliana Wilborn - Fisioterapeuta e Gerontóloga



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