O setor calçadista, que gera diretamente mais de 270 mil postos de trabalho e produz mais de 900 milhões de pares de calçados anualmente (4º maior do planeta) promoveu, nos últimos dias de agosto, o movimento Um Sapato Pelo Brasil. No período, 150 das principais marcas brasileiras de calçados realizaram ações sincronizadas nas redes sociais com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância do setor para o País, e sobretudo da importância de se consumir calçados produzidos no Brasil, que significam emprego, renda e desenvolvimento.
Conforme relatório da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), estima-se que foram mais de 4 milhões de impressões nas redes sociais das marcas participantes, 325 mil curtidas e 11 mil comentários entre os dias 24 e 27 de agosto. “A campanha foi um sucesso, uniu concorrentes em prol de uma mesma causa, com um alcance de mais de 3,5 milhões de usuários nas redes sociais. Os retornos foram muito positivos e acredito que tenha sido plantada uma semente importante neste momento histórico: a união”, avalia a coordenadora de Promoção de Imagem da Abi- calçados, Alice Rodrigues, ressaltando que o movimento partiu das próprias marcas, que ao final ainda concederam descontos coletivos de até 20% para produtos comprados nos seus comércios eletrônicos.
Uma das marcas participantes foi a calçadista Bischoff Group, produtora de calçados das marcas Jorge Bischoff e Loucos & Santos. A diretora de Branding & Negócios da empresa, Natália Bischoff, aponta que a iniciativa foi de grande significado para a valorização do sapato brasileiro. “Foi só o primeiro passo. É fundamental que esse movi- mento tenha continuidade, pela força social e econômica do setor”, destaca. Segundo ela, cada vez mais é importante a criação de ações conjuntas que fortaleçam a marca Sapato do Brasil, que é reconhecido mundialmente por qualidade, conforto e design.
A fabricante de calçados infantis Bibi entrou na campanha para exaltar a força do setor por meio da união, que se faz ainda mais necessária em momentos turbulentos como o que estamos passando. Segundo a diretora de Marca e Varejo da empresa, Camila Kohlrausch, ao participar da iniciativa, a Bibi buscou promover integração para apontar os ganhos sociais provenientes da atividade calçadista, o que deve ajudar a “abreviar a crise provo- cada pela pandemia”.
Consumidores aprovaram
Quarto maior mercado consumi- dor de calçados do mundo, o varejo brasileiro do setor, assim como todos os demais setores econômicos, está sofrendo os efeitos do novo coronavírus. Por outro lado, o movimento Um Sapato pelo Brasil ajudou a resgatar a importância de se consumir calça- dos produzidos em território nacional, como forma de gerar emprego, renda e desenvolvimento para todos os brasileiros. E a percepção foi positiva.
Rafael Martinez, empresário residente em São Paulo/SP, reconhece que sempre foi muito exigente na compra de sapatos e que tinha a falsa ideia de que os importados eram de melhor qualidade. “A campanha me alertou para o potencial da indústria brasileira, não só pela qualidade, mas também pela função social que ela exerce, gerando emprego e renda, favorecendo a economia do nosso País”, contou.
A servidora pública Nathalia Paola Oliveira, de Porto Alegre/RS, ressaltou a importância da valorização do produto nacional, que gera desenvolvimento para os brasileiros. Também comentou que o calçado brasileiro não deve em nada em termos de qualidade para calçados importados e que o consumidor local deveria ser cada vez mais consciente do fato, especial- mente por meio de campanhas como a Um Sapato pelo Brasil. “Todos os meus calçados são produzidos aqui, eu sempre tive essa consciência. E sabemos, por exemplo, que muitos estrangeiros são apaixonados por algumas marcas nacionais, sendo que aqui elas não são devidamente valorizadas. É preciso mudar esse quadro”, concluiu.
Além das marcas calçadistas, o movimento contou com o apoio dos sindicatos industriais, entidades do setor, fornecedores e lojistas.
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