Oriunda da indústria de confecção, e há três anos no mercado, a Libértecce surgiu do desejo de transformar os resíduos industriais em novos materiais, e com isso atender a demanda dos consumidores por produtos funcionais e ecologicamente corretos e evitar o desperdício de recursos nas empresas.
A diretora de Design, Treudi Andrades, assegura que cerca de 20% dos materiais comprados pelas indústrias de confecção acabam virando sobra nas linhas de produção e, quando descartados, demoram de 300 a 400 anos para se decompor. “Esse problema trouxe uma inquietação no sen- tido de criar alternativas para mudar esta realidade. Então decidimos estudar metodologias que pudessem ser usadas para transformar estas sobras novamente em recursos para a geração de produtos e energia”, contextualiza Treudi.
A partir de uma pesquisa com duração de cinco anos, realizada em conjunto com institutos de pesquisa e com apoio de editais de inovação, foi desenvolvido um método para transformar os resíduos têxteis em poliéster usado como matéria-prima para indústrias de diferentes setores, como agrícola, de artefatos e calçadista.
Hoje, a empresa trabalha com quatro linhas de produtos:
- Pellets - a partir de resíduos 100% de poliamida;
- Resíduo têxtil - em processo de reciclagem mecânica, mistura sobras de poliéster, elastano e algodão para produzir fios para malharia circular (tricô) usados em bolsas, calça- dos e vestuário, por exemplo;
- Resíduos têxteis mistos em qualquer composição são transformados em telhas, madeira plástica e painéis;
- Lixo de varredura de salas de costuras são transformados em matéria-prima para a geração de energia através de um sistema de gaseificação.
Segundo o diretor, João Carlos Andrades, a energia gerada é usada pela própria empresa. “A eficiência térmica do gaseificador é na ordem de 7 kg/h p/ 800ºC, com uma taxa de alimentação de 25 a 50 kg/h. A produção de gás varia de 70 a 200m3/h, produzindo de 25kW a 70 kW de energia”, pontua o diretor.
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