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Propriedades elétricas - calçados antiestáticos

Por Matheus W. Luz - Supervisor Técnico do Laboratório de EPI Calçados do IBTeC


Em alguns locais onde a ocorrência de centelhas representa um risco à ignição, o acúmulo de cargas eletroestáticas deve ser evitado a todo custo, uma vez que a segunda pode desencadear a primeira. Para tanto, é apropriado o uso de calçados antiestáticos visando minimizar o acúmulo da energia eletrostática pela dissipação de cargas. Podemos ter como exemplos desses ambientes locais onde se manipulem substâncias e vapores inflamáveis.


Este artigo representa a segunda parte de uma série voltada à conscientização de fornecedores, usuários e áreas técnicas sobre os riscos elétricos e medidas preventivas, focando no uso eficaz desses calçados profissionais. Deve-se manter em mente que os calçados profissionais de uso antiestático não garantem uma proteção adequada contra choques elétricos, uma vez que introduzem uma faixa de resistência entre o pé e o piso. Assim sendo, deve-se, preferencialmente, eliminar integralmente o risco de choque elétrico devido ao contato com qualquer aparelho elétrico ou partes energizadas. Em áreas onde isto não é possível, medidas adicionais devem ser realizadas para mitigar o risco. Além das medidas adicionais a serem consideradas, deve-se instituir um programa de prevenção de acidentes que abranja verificações de rotina nesses calçados.


Uma verificação de rotina eficiente consiste no uso de instrumento de medição adequado, normalmente dotado de placa de aço sobre a qual o usuário se posiciona, utilizado normalmente para testar calçados profissionais antes do usuário entrar numa área de risco, garantindo sua capacidade de dissipar a estática para o solo. Por fim, deve-se evitar e estar atento quanto aos fatores de risco que podem vir a comprometer significativamente a resistência elétrica deste tipo de calçado, tais como flexões contínuas ou acentuadas, contaminação química e/ou umidade. Entretanto, esta verificação pode ser obtida através da adoção, integral ou parcial, do procedimento descrito no item 5.10 da norma ABNT NBR ISO 20344:2015. Este consiste na utilização de um instrumento de ensaio (megômetro) capaz de medir a resistência elétrica através de um eletrodo posicionado no interior do calçado e uma placa de cobre sob o mesmo. Neste ensaio, o calçado deve ser preenchido com esferas de aço inoxidável enquanto se aplica uma tensão de teste de (100 ± 2) V em corrente contínua durante 1 minuto. Valores de resistência elétrica entre 100 kΩ e 1000 MΩ têm se apresentado apropriados para a finalidade antiestática. Em laboratório, esses calçados são submetidos a testes semelhantes, após passarem sete dias de condicionamento seco ((20 ± 2) °C e (30 ± 5) % UR*) e sete dias de condicionamento úmido ((20 ± 2) °C e (85 ± 5) % UR*).


Outra maneira mais simples consiste no uso de instrumento de medição adequado, normalmente dotado de placa de aço sobre a qual o usuário se posiciona, utilizado normalmente para testar calçados profissionais antes do usuário entrar numa área de risco, garantindo sua capacidade de dissipar a estática para o solo.


Por fim, deve-se evitar e estar atento quanto aos fatores de risco que podem vir a comprometer significativamente a resistência elétrica deste tipo de calçado, tais como flexões contínuas ou acentuadas, contaminação química e/ou umidade. Entretanto, se medidas adicionais forem inviáveis e o usuário, por motivos extraordinários, necessitar realizar quaisquer tipos de atividades em ambientes desfavoráveis, recomenda-se que os usuários sempre chequem as propriedades elétricas do calçado antes de entrar na área de risco (de preferência em ambiente que simule o uso).


Em suma, é crucial buscar informações técnicas em manuais de fabricantes, normas regulatórias e consultoria de especialistas para assegurar a segurança e eficácia no uso desses calçados profissionais.


*Unidade relativa do ar.



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