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O Restart dos Negócios Pós-pandemia (COVID-19)

Alexandre Baroni

Empresário, pesquisador, professor e consultor com mais de 25 anos de experiência.

*Entrevista realizada com 72 gestores durante os meses de abril e maio de 2020.


Este artigo foi escrito com base em entrevistas realizadas entre abril e maio de 2020 com 72 executivos de alta gestão de diversas organizações acerca dos desafios e oportunidades para os negócios na perspectiva pós pandemia. Além de possibilitarem benchmark para as organizações, as entrevistas podem dar insights sobre possíveis ações a serem tomadas em seus negócios.



O momento que estamos vivendo é singular e fará parte de nossa história como espécie


Por mais que a humanidade já tenha passado por diversas pandemias ao longo de sua história, nunca estivemos tão integrados. A globalização, iniciada com a ligação dos continentes pelos mares, tornou o mundo “um só lugar”. Mais recentemente, com a aviação e o avanço das tecnologias, podemos estar rapidamente próximos uns dos outros como nunca antes. Dessa maneira, a pandemia com a qual estamos aprendendo a lidar sempre foi uma realidade latente: nunca foi uma questão de “se iria ocorrer”, mas sim de “quando iria ocorrer”. Neste artigo pretendo abordar o mundo pós-pandemia da Covid-19 e como os negócios irão se adaptar, com um grande apoio de amigos e parceiros, respondendo a uma espécie de provocação ao diálogo. Esta provocação está descrita a seguir: “Pós-crise ou pós-caos instalado, muitas empresas estão desacelerando as atividades devido à interrupção na sua cadeia de suprimentos. As empresas buscam, em tempos normais, pelo fornecimento global, como a China, por razões de competitividade. Com esta crise, talvez o Lean Manufacturing (manufatura enxuta) seja colocado em xeque (just-in-time), dado que quando há interrupção em um dos fatores, a cadeia para por completo. A estratégia de make or buy (se a empresa tem condições de fabricar os componentes que são usados no seu produto, ela pode fazer esta análise comparativa se a fabricação interna é mais barata do que comprar de algum fornecedor) deverá ser repensada”, então: iremos continuar desta mesma forma, com as empresas buscando prioritariamente preço (4Ps - Produto, Preço, Praça e Promoção)? Que outras estratégias recomendariam para os gestores pós-pandemia? Enviada a provocação ao público-alvo de gestores, alguns argumentos que chamaram atenção em suas colocações foram condensados neste texto. Estes argumentos podem ajudar a formular a sua própria opinião e consequente estratégia para o restart de seus negócios.


Separei os argumentos em três fases para facilitar o entendimento e a análise: Momento atual, Problemas identificados e Oportunidades.


Momento atual


O momento é de aprendizado para a família, para o trabalho e para as relações interpessoais. Observando as respostas, mesmo que não perguntado diretamente, os assuntos foram classificados da seguinte forma: negócios, cadeias de suprimentos, política e pessoal.


NEGÓCIOS - A curto prazo há uma ideia de volatilidade e sobrevivência. Isso nos remete a criar estratégias de cautela quanto a tomada de decisão. De imediato, as fábricas pararam, seja para a preservação da saúde ou por falta de componentes. Entretanto, em pouco tempo a produção foi retomada de maneiras diferentes, em vários regimes; assembleias e acordos para retomada foram realizados nas empresas maiores. A indústria pesada parou por falta de componentes, embora tenha permanecido com pedidos. Os planos passados e previsões de mercado não servem mais, devem ser revistos; a curtíssimo prazo, o fluxo de caixa é o grande temor das empresas com dificuldade - contas a pagar dependem de rendas a receber. Vivíamos em um modelo de stress e inovação. Este modelo, por sua vez, parece ter sido exagerado, pelo menos até onde ele deveria prosseguir. Em outras palavras, adiarmos as decisões parece ser a medida mais segura, desde que acordada com as outras partes (credores, clientes, fornecedores, colaboradores etc.).


CADEIAS DE SUPRIMENTOS - Embora hoje vivamos em rede, as empresas verticalizadas são as que menos estão sofrendo. Haverá um período de acomodação de materiais. Quem reduziu estoques de acabados e matéria-prima, está sem poder produzir e entregar. Assim, a decisão de parada não é da empresa, mas do fornecedor mais crítico de sua cadeia. Essa crise acaba por privilegiar quem estiver mais perto, ou seja, quem está com sua cadeia de fornecimento próxima ou “protegida”. Um dos resultados imediatos para as empresas será repensar seu processo de fornecimento e estratégia de compras - make or buy. Parcerias estratégicas e a colaboração na cadeia serão privilegiados para o fornecimento: “quem consegue girar é aquele que tem parceiros”.

A utilização do Just-in-time, um dos pilares do Lean Manufacturing, é mais uma necessidade de caixa. Estratégias como de implementação, de redução de perdas e racionalização da produção continuam muito relevantes. Além disso, haverá um movimento de curto prazo de proteção, verticalizando a produção ou pela busca de fornecedores locais, mas não durará. A capacidade de fazer quase tudo dentro do País existe, mas fazer mesmo não sendo competitivo não parece uma estratégia duradoura.


POLÍTICO - O posicionamento dos EUA e das maiores potências será determinante nesta nova fase póspandemia. Os norte-americanos parecem estar tentando mudar as cadeias globais de fornecimento. Efeitos da desindustrialização estão sendo agravados durante a crise. Entretanto, o resultado dependerá de ser dada a continuidade nas compras, alimentando a economia da China - enquanto uma grande opção por variedade e preço. O globalismo sofrerá um duro revés, substituído pelo protecionismo.


PESSOAL - A pandemia afetou o mundo todo: corporativo, emocional e as relações. Está expondo as fraquezas e individualismo do ser humano. Estamos acostumados a “estocar bala, canhão e fuzil para quando acontecer uma guerra”. Entretanto, se faz evidente a crise na saúde, que revela o despreparo de todos para enfrentar um problema coletivo. Empatia parece ser a prerrogativa daqui para frente, nos colocarmos no lugar do próximo para que nós e nossos familiares não sejamos afetados. Hábitos de viagem mudarão radicalmente. É esperada uma redução absurda nas viagens de negócios, substituídas pelas videocalls. Viagens de lazer serão mais para o interior, junto a natureza e em lugares com baixa concentração de pessoas.


Problemas Identificados


A pausa e a desaceleração da economia estão expondo uma série de problemas nas organizações. Observando as respostas, neste item procuro ressaltar os problemas que estão evidenciados através dos relatos dos respondentes, sendo os mesmos classificados da seguinte forma: Estratégias, Transformação Digital, Negócios, Educação e Política.


ESTRATÉGIAS - A competitividade global continuará ditando as regras, mas não será mais da mesma forma. Hoje está se observando o fluxo de caixa com o chamado “efeito tesoura”, onde para se manter “vivo” aumentasse a necessidade de caixa, pois boa parte dos negócios está sem receitas. As empresas de uma forma geral estão protegendo o caixa, garantindo os contratos através de renegociação e demitindo quando a MP não resolve. As empresas que tiverem caixa podem aumentar estoques para garantir fornecimento. Esta deve ser uma recessão em forma de V, U, W ou até parecido com o símbolo da Nike e durar pelo menos até metade do ano que vem. O mundo vai dar um passo atrás onde há cadeias complexas. A China está mudando o eixo da demanda de agroalimentares (investimento e frigoríficos), mas a África aparece com grande demanda por alimentos. Estratégias de baixo estoque melhoram o capital de giro, mas impedem de mitigar o risco de abastecimento. Os empresários mais esclarecidos vão desconcentrar, ou seja, criar redes mais locais e diversificadas para permanecerem e formarem parcerias de longo prazo. Para compensar o efeito no momento pós-crise, após os estragos, muitos terão o desejo de mudar a estratégia. Para alguns segmentos penso que poderá ser difícil - como o segmento eletrônico. A China já se tornou um elemento muito importante e poderoso para migrar ao nacional. Para a eletrônica, a solução deveria vir de um plano de país, não de mercado.


TRANSFORMAÇÃO DIGITAL - A estratégia de preço continua alta, as empresas irão procurar ganhar com preço e custo-benefício. A grande tendência é acelerar o comércio eletrônico, tanto para o consumidor quanto para quem quiser expandir seus mercados. A demanda pela digitalização de produtos e serviços está sendo acelerada durante a crise. Acredita-se que a produção vai ter que estar mais próxima do consumidor, dos mercados. Portanto o projeto, que pode vir por meios digitais (proprietário ou mesmo aberto), pode ser o grande fator de integração global. Ou seja, a indústria vai se aproximar mais dos serviços, na ponta. Para indústria leve “faltou competência” para digitalização (força de vendas por exemplo), não fizeram o dever de casa; empresas terão que abandonar a “gambiarra digital”.


Ou é integralmente digital ou não é. Plataformas digitais competentes, mesmo que sejam pequenas, são as que irão sobreviver. O comércio online deixa de ser uma opção secundária de compras. As lojas físicas serão redesenhadas como espaços de experimentação da marca, mas as vendas migrarão mais rápido para o online do que se imaginou antes.

Exemplo: 95% das lojas Starbucks (estruturadas para serem a terceira localização mais importante para quem as frequenta, depois da casa e do trabalho) foram reabertas na China mas o movimento na loja é de 60% do que era. As pessoas não consomem mais na loja, compram e vão embora. Starbucks deve rever o modelo, reduzindo espaço de convivência; Os maiores varejistas americanos já demitiram mais de 1 milhão de pessoas e devem reempregar somente 85% deles no fim da crise. A explicação é que o comércio tradicional vai encolher.

Os modelos adotados irão modificar. Daqui a algum tempo haverá uma retomada, “a bola estará no centro de campo e iniciará um novo jogo”, com outros parâmetros: o “novo normal”. Muita gente demitida e poucos jogadores em campo, multifuncionalidade e flexibilidade da força de trabalho parecem ser características fundamentais daqui para frente.


NEGÓCIOS - Diversos setores estavam crescendo no momento pré-crise. Havia demanda e muitas entregas foram feitas. Como não há novas vendas ao varejo, a inadimplência está batendo a produção primária (as fábricas).

A tendência de menos contato com pessoas está fazendo com que as empresas se adaptem ao home-office (escritório em casa). Isso gera um trabalho conjunto entre RH e TI para viabilizar este processo. Questões históricas de compliance (agir de acordo com uma ordem, um conjunto de regras ou um pedido) e barreiras culturais estão sendo rompidas. Não há como desenvolver uma cadeia de suprimentos imune a isso, a menos que tenha um negócio menor e com a cadeia próxima.

Parte da sistemática de produção Lean está sendo posta em xeque (just in time). A política de estoque Lean deve ser revista. A cadeia deve ser mais local ou depende-se de produção menos distante ou culturas distintas. A dependência de importação até o mercado se estabilizar será complicada. Prioridade de estoques estratégicos. Grandes corporações deverão repensar sua estratégia ou centros de distribuição. Alguns negócios preocupam, como o abafamento de fornos, aciarias, pois não se pode simplesmente reiniciar imediatamente.


EDUCAÇÃO - Boa parte dos Institutos de Ensino Superior (IES) também não fizeram seu dever e estão sofrendo agora pois precisam acelerar o processo de Transformação Digital. As universidades que não mudarem irão desaparecer com o tempo, ficar para trás; a educação online, por sua vez, está se provando no meio da crise. Haverá uma revolução na forma como se aprende em todos os níveis.


POLÍTICA - Parece que este modelo de produção global the winner takes all (o vencedor leva tudo) chegou num limite. Tudo é cíclico, escala para redução de custos, acelerar a automação, entre outros. Este modelo não se aplica mais, de fato deveria ser seguida uma política de segurança nacional. Países estão pensando em sua matriz de abastecimento, não somente as organizações. O excesso de globalização está nos fazendo refletir sobre muitas coisas. Alguns segmentos “abusaram” da globalização, como o automotivo e a aviação, e estão entre os mais afetados. Carece uma política de incentivo a indústria local, o que faria sentido, embora no Brasil os prefeitos e governadores estejam gerindo de maneira não estratégica


Oportunidades


Com a quebra abrupta na demanda, em algum momento haverá uma retomada, mas ela não necessariamente poderá acontecer nos mesmos moldes dos negócios atuais. Observando as respostas, neste item procuro ressaltar as oportunidades que estão sendo evidenciadas através dos relatos dos respondentes, sendo os mesmos classificados da seguinte forma: Transformação Digital, Estratégias para Negócios, Cadeia de Suprimentos, Educação, Política e Comportamental.


TRANSFORMAÇÃO DIGITAL - A tendência do trabalho remoto está se tornando um desafio para área de Tecnologia da Informação das empresas, muito devido a segurança das informações bem com a política de conformidade das empresas.

Acredita-se que a Covid-19 acelerou a transformação digital nas empresas em cerca de 2 anos - os mercados maduros. O consumidor foi “forçado” a migrar nesse momento para o comércio online. As empresas que conseguirem proporcionar uma experiência muito boa em todos os aspectos não perderão esse cliente para as lojas físicas ao fim da pandemia. Ao contrário, as empresas que se mostrarem despreparadas perdem espaço. Juntamente a isso, espera-se uma digitalização dos negócios B2B (do inglês business-to-business, que em tradução livre significa algo como de empresa para empresa).


ESTRATÉGIAS PARA OS NEGÓCIOS - Estamos vivendo um wakeupcall (despertar), gerando oportunidade para a aceleração da implementação da indústria 4.0.

Assim, quem se preparou anteriormente com a padronização de produtos e simplificação de seus processos, está lidando melhor com os efeitos da pandemia sobre os negócios. Além disso, incentivar a indústria nacional se tornará uma política de estado.

Um dos princípios da gestão é mitigar riscos, e uma mudança de consciência para valorização do produto nacional está para acontecer. O mercado vai reagir em função do tempo perdido, um termo que pode ser utilizado é o revenge spending (comportamento de compra de “vingança”, em que as pessoas compram aquilo que não puderam comprar), onde uma “bolha” de demanda deverá ser iniciada após o reestabelecimento dos negócios. Assim, a competição tenderá a um aumento. No momento de hibernação aparecem oportunidades: passado o início da pandemia, surgirão oportunidades.

A pandemia revelou uma dependência da China, que era conhecida, mas não modificada, tanto por parte do Brasil quanto dos Estados Unidos. Penso que não vamos fugir no tema do Lean, pois continua sendo extremamente importante. Assim, as empresas que implantaram o Lean anteriormente poderão, em contrapartida, ter uma retomada mais acelerada. Primeiramente a busca deve ser de disponibilidade, posteriormente, o preço. A disponibilidade passa a ser diferencial competitivo. Quem a detém está conseguindo até 30% a mais de margem com relação à concorrência.

Os negócios que conseguirem desatrelar a estratégia de compra da demanda, poderão ter poder de barganha. O panorama ainda demonstra uma oportunidade em crescermos como fornecedores de alimento para o mundo com valor agregado. A questão cambial também passa a favorecer compras antecipadas e surgem os países que, de forma nacionalista, não importarão da China e buscarão outros mercados.


CADEIA DE SUPRIMENTOS - Não chamaria de retrocesso, mas talvez um repensar nas cadeias de suprimentos. A verticalização da cadeia hoje é um diferencial, acredita-se que o make or buy (fazer ou comprar) não será moda. A primeira reação será a de comprar aquilo que se fabrica hoje: atender a capacidade. Demonstra-se uma oportunidade principalmente para entrantes e pequenas empresas. Teremos inicialmente grandes esforços de localização (fornecimento). Mesmo com desenvolvimentos de produtos realizados na China, os problemas de logística, volume mínimo e demanda baixa de nossos mercados são fatores que diminuem a competitividade e que possibilitam negócios acontecerem no Brasil. Grande oportunidade dos negócios que voltam a ser como eram, quais não mudam o status quo.


O mundo vai dar um passo atrás onde tem cadeias complexas. Uma revenge spending (consumo por vingança) acompanhada de kinks (quebras de fluxo) na cadeia produtiva. Como se manter a longo prazo, repensar a política de estoques e voltar a fabricar internamente? Começará um esforço para comprar aquilo que era fabricado e depois internalizar novamente - repensar as estratégias de investimento. Algumas empresas nacionais já iniciaram um processo de verticalização lá nos anos 2000, começando a “puxar” tudo para dentro novamente. Agora os resultados aparecem de forma evidente.

A estratégia de armazenamento de estoques para proteger parceiros existe quando há colaboração: uma diferenciação em quem tenha parceiros estratégicos (não é somente filosofia, mas sim pragmatismo estratégico). As empresas que conseguem crescer neste momento possuem uma rede de colaboração entre sua cadeia, pois aumenta a chance de apoio e ajuda mútua.


Há uma tendência a mudança nos estoques de matéria-prima e insumos; mas cadeias mais simples (talvez mais baratos e com menos qualidade), nutridos pela sua cadeia local, podem evoluir positivamente. Se este cenário realmente se materializar, entendo que para nós, pequenos empresários locais e especializados, será benéfico. Surgirão oportunidades em que anteriormente a concentração e o capital intensivo nos excluía.


EDUCAÇÃO - A adoção por necessidade da transformação digital é uma realidade. Alguns gestores educacionais acreditam estar fazendo bem para os docentes e para os alunos enclausurados com aulas acontecendo em momentos síncronos e online. Um fato relevante é que há mais presença nas aulas do que quando elas ocorriam presencialmente. Na média, menos de 5% estão faltando. E os professores estão se sentindo vencedores. Mesmo os reticentes a estas tecnologias encararam, aprenderam (temos uma equipe interna boa que os treinaram adequadamente) e agora estão se sentindo vencedores e dando ótimas aulas usando o Zoom, o Teams, ferramentas que adotamos.


POLÍTICA - Penso que haverá um período de priorização nacional e as empresas precisam surfar nesta onda. Não podemos perder esta onda: será grande, intensa, mas no máximo de 2 a 5 anos. Aumentará o nacionalismo, o incentivo a algumas produções dos mercados nacionais. Haverá também algum recuo estratégico. Quem puder, fortalecerá a segunda opção de fornecedor que poderá ser nacional, trabalhará com maior coeficiente de segurança. A China, por sua vez, está entrando em um esquema de produção e mão de obra de padrão internacional (sem mão de obra escrava).


A recontratação pode ser rápida. O que não pode acontecer é uma ruptura na cadeia, com pena de tornar-se um longo gráfico em U. Se fizer como cartilha, a metade aqui e a metade lá, ainda se fará o estoque necessário dentro da metodologia de ensino a distância (EAD).


COMPORTAMENTAL - Existe uma tendência de o consumo mudar, as relações serão mais digitais. Do ponto de vista do ser humano, o mais importante será ter pessoas polivalentes. Haverá uma maior necessidade de pensar em rede, colaboração. As cooperativas irão se fortalecer.

• O home office que já era uma tendência vai aumentar: maior distância, habilitação do home office, mudança das pessoas;

• Robôs não pegam Covid-19, automação para quem tiver CapeX (despesas de capital ou investimento em bens de capital e que designa o montante de dinheiro despendido na aquisição ou introdução de melhorias de bens de capital) irá se intensificar;

• As corporações investirão em flexibilidade para estarem mais preparadas para crise;

• A demanda para pequenas e médias empresas tem a tendência de aumentar;

• Será nesse momento com preço e prazo - enfoque na disponibilidade;

• Pequenas e médias fabricarão mais para atender as empresas maiores;

• Depois, chegará à estabilidade com nova estratégia de investimento voltado à eficiência;

• Menos transporte, menos deslocamentos;

• Mais qualidade para as pessoas;

• Família convivendo mais;

• O Lean pode sair fortalecido desta crise.


Considerações Finais


Existem estimativas de 1.700.000 vírus detectados em animais, destes, 1.700 são corona vírus. Temos que aprender com essa crise e preventivamente estarmos prontos para ter um surto por década. Essa crise traz a oportunidade de uma grande revolução nos sistemas de educação e de saúde usando o online para atender a população. Volumes e estruturas funcionais serão reduzidas e abrirão espaços para alternativas substitutivas. Repensar os direitos individuais x saúde será um dos grandes debates no mundo, a medida em que rastrear individualmente cada pessoa é uma das estratégias mais eficazes de controle de epidemias, mas pode ser usado pelos governos para controle dos indivíduos. Não vejamos a crise como momento de cortar custos. Pensemos em investir em novas áreas, novas tecnologias. Surgirão oportunidades para as empresas que agirem rápido. Vamos renascer em mundo novo, viveremos um “novo normal”. A vida será diferente: ninguém sabe exatamente como, mas temos que estar abertos e preparados para adaptar-nos com agilidade ao que vier pela frente. O setor agrícola brasileiro tem uma oportunidade de ouro, precisa investir cada vez mais em tecnologia e digitalização e na qualificação dos seus profissionais e gestores. O pós-pandemia será parecido com os espólios, pós-segunda guerra, da Alemanha: ficaremos um bom tempo pagando as consequências. “O coronavírus é um enorme asteroide que já bateu no solo e vai permanecer ativo por muito tempo até ser erradicado... os “dinossauros” irão morrer!


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