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Fórum IBTeC de Inovação - Plano estratégico do cluster do calçado português


No dia 7, aconteceu o Fórum IBTeC de Inovação, que tem como objetivo disseminar a cultura de inovação, a fim de preparar, instigar e inspirar as empresas brasileiras dos setores de calçado, couro, materiais, confecção, têxtil e EPIs para o desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e serviços, proporcionando diferenciais competitivos para a indústria nacional. Em sua sexta edição, o ciclo de palestras foi dividido em duas datas (7 e 8), sendo que na quarta-feira (7) foi apresentado o painel Plano Estratégico do cluster do calçado português: conhecimento, inovação e tecnologia. O evento teve como debatedores Leandro Mello, diretor-geral do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP) e João Maia, diretor-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS). O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, fez a mediação.


Líderes do setor calçadista português falaram sobre o planejamento estratégico para os próximos dez anos


O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, abriu o encontro fazendo uma menção às comemorações em torno dos 48 anos do IBTeC. Ele lembrou que a motivação para a criação do instituto foi a necessidade de dar um salto na qualidade dos calçados brasileiros, que na época buscavam aceitação nos primeiros mercados fora das fronteiras do País. Também falou da realidade atual, com laboratórios modernos e investimentos em tecnologias para pesquisa em inovação.


O diretor geral APICCAPS, João Maia, falou sobre o plano estratégico da entidade que representa toda a cadeia do segmento de calçados, e salientou que o setor está concentrado na região do Porto, com 95% de todas as indústrias de Portugal. Explicou que o preço médio do calçado português é de alto valor agregado e a maior parte da produção é vendida na Europa, especialmente França, Espanha, Alemanha e Holanda, os países mais ricos da região. A produção total em 2019 foi de 76 milhões de pares em Portugal.


João Maia salientou que a China, que foi responsável pela crise dos portugueses, hoje já sente a pressão de outros países asiáticos produzindo calçados mais baratos. “O que prova que é sempre possível produzir mais barato, e a China perde espaço no mercado mundial".


Portugal fez um planejamento para se estruturar e para isso criou uma rede, com a participação de outras entidades de pesquisa, de formação de mão de obra e representantes dos fabricantes, para trabalhar em conjunto, de forma a desenvolver um trabalho colaborativo e contínuo. Hoje, o digital e a sustentabilidade são os dois pilares da estratégia da indústria de calçados de Portugal, que está alicerçada em inovar, qualificar e internacionalizar, sendo estas as linhas mestras do trabalho da APICCAPS.


O líder setorial contou ainda que hoje trabalham uma campanha de comunicação integrada, para ampliar sua participação no mercado internacional - um plano vasto, com muitas ações em conjunto. “Nossa estratégia está centrada em estar nos mercados mais exigentes, que primam por produtos de maior valor agregado. A estratégia está focada na produção de respostas rápidas para os mercados que querem atingir.”


Leandro de Melo, diretor geral do CTCP, contou que o instituto está implantando o plano estratégico 2020- 2030, focado em sustentabilidade, inovação e qualificação de pessoal. De acordo com ele, o centro tecnológico português trabalha desenvolvimento de produtos e inovação com as indústrias portuguesas, mas não faz projetos próprios. “A instituição colabora com as empresas, para o desenvolvimento de seus produtos”, contextualizou. Logo em seguida, apresentou alguns dos principais projetos que o instituto realiza em apoio às indústrias do setor calçadista de Portugal. Reduzir a pegada de carbono, aumentando a incorporação de produtos ambientalmente sustentáveis estão entre as metas do CTCP, que tem como objetivo que a indústria de calçados portuguesa seja a mais sustentável do mundo.

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