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Cadeia calçadista celebra pacto pela sustentabilidade


O programa Origem Sustentável, única certificação mundial de ESG da cadeia calçadista, foi destaque no evento Sustentabilidade na Prática, realizado na noite do dia 7 de junho, em Campo Bom/ RS. O evento, realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), reuniu nomes de peso do setor, como Alexandre Birman (Arezzo), Rony Meisler (Reserva), Andrea Kohlrausch (Bibi), Ana Carolina Grings (Piccadilly), Roberto Argenta (Beira Rio), Sergio Bocayuva (Usaflex) e Marco Schmitt (Box Print).


Dando as boas-vindas ao público, o presidente da Assintecal, Gerson Berwanger, e o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destacaram que a sustentabilidade, nos seus pilares ambiental, econômico, social e cultural, é uma realidade no setor calçadista nacional, mas que é preciso comunicar ao mercado. “Por isso a importância de uma certificação de abrangência internacional, que leva em consideração os preceitos mais avançados de ESG (Environmental, Social and Governance) no mundo, caso do Origem Sustentável”, destacou Haroldo. Ressaltando a presença do público, que demonstrou a força da cadeia calçadista brasileira, Gerson fez coro, ressaltando as vantagens competitivas da certificação em sustentabilidade. “A sustentabilidade, além de ser fundamental para o planeta, traz vantagens competitivas para as empresas”, complementa.


Na sequência, Alexandre Birman contou o caso da Arezzo, grupo que conta com 18 marcas em seu portfólio e que sempre teve a preocupação com sustentabilidade como parte de sua estratégia de desenvolvimento. “As pessoas nos perguntam como praticamos ESG no grupo Arezzo. É muito simples, ESG é cuidar dos colaboradores, buscar informações sobre a sustentabilidade dos fornecedores e adotar medidas que diminuam o impacto ambiental da produção, como reciclagem e reaproveitamento de sobras, por exemplo”, disse. Citando o slogan do grupo Rumo a 2154, criado pelo seu pai e fundador da Arezzo, Anderson Birman, o executivo ressaltou que é preciso conscientizar toda a cadeia, dos fornecedores ao fabricante, da importância da sustentabilidade. “Queremos que toda a cadeia seja certificada em sustentabilidade. É um sonho que levo comigo”, concluiu.


Recentemente adquirida pelo grupo Arezzo, a marca Reserva já nasceu com o conceito de sustentabilidade no DNA. Fundador da empresa, Rony Meisler contou um pouco da história da marca, que nasceu em 2006 para atender a uma demanda da confecção e que hoje já tem mais de 20% de calçados no seu portfólio. “Nunca buscamos reconhecimento, nascemos com o propósito da sustentabilidade muito enraizado. Não tinha a ver com negócio, vinha a ver com a nossa vocação, com os nossos valores”, recordou. Porém, como não poderia deixar de ser, os reconhecimentos vieram. Em 2016, a Reserva foi apontada pela publicação internacional Fast Company como uma das empresas mais inovadoras do mundo, tendo como mote o princípio da sustentabilidade. “A sustentabilidade é feita de pequenas respostas, pequenas revoluções internas na empresa. Tudo o que fizemos sempre foi muito ancorado nos nossos propósitos”, destacou o executivo, acrescentando que a empresa tem como prisma o melhor relacionamento com todos os seus stakeholders - colaboradores, fornecedores e consumidores.


Rony ressaltou que, entre as práticas adotadas, estão premiações bimestrais para funcionários, concessão de licença paternidade e contratação de pessoas da terceira idade. O cuidado com a seleção dos fornecedores, que devem praticar os mesmos princípios da sustentabilidade e de preferência serem brasileiros - hoje 94% da produção da Reserva é totalmente nacional - e ações sociais como o 1P=5P (a cada peça são complementados cinco refeições para comunidade carente) são outros dois destaques na praxe diária da empresa.


Painel

Um painel reunindo CEOs das empresas de calçados e componentes certificados no nível mais alto do Origem Sustentável (Diamante) veio na sequência da programação, reunindo Andrea Kohlrausch (Bibi), Ana Carolina Grings (Piccadilly), Roberto Argenta (Beira Rio), Sergio Bocayuva (Usaflex) e Marco Schmitt (Box Print). Na oportunidade, os gestores foram unânimes em destacar a relevância da sustentabilidade para o planeta e, claro, para os negócios. “A sustentabilidade é o SOS da cadeia calçadista. É ela que alavanca negócios e é um diferencial nosso diante dos principais concorrentes no mundo”, disse Marco Schmitt.


Ana Carolina destacou que a Piccadilly sempre adotou princípios de sustentabilidade no seu ambiente produtivo, mas que o Origem Sustentável trouxe, além do reconhecimento das práticas, uma importante visibilidade diante do mercado. “Sustentabilidade é sobre estar no jogo. As empresas que não adotarem medidas na área não conseguirão competir no mercado”, destacou. Andrea acrescentou que a sustentabilidade, assim como era a qualidade nos anos 90, é condição sine qua non para manutenção e ampliação da competitividade no mercado interno e internacional.


Para Roberto Argenta, as práticas de sustentabilidade consistem em grande atrativo, especialmente no mercado internacional. “Sempre dizemos que a sustentabilidade é um investimento, não é um custo. Agrega valor à empresa e melhor a imagem no mercado”, comentou. Sergio Bocayuva, que está no setor desde 2016, quando adquiriu a Usaflex, destacou que a sustentabilidade é muito bem vista por investidores de todo o mundo. “Quando adquirimos a Usaflex, já existia um trabalho forte de sustentabilidade e isso foi determinante para a nossa decisão”, contou.


Fornecedores certificados

Na Beira Rio, Roberto Argenta destacou que os fornecedores são instigados para serem certificados no âmbito do Origem Sustentável. Segundo ele, é preciso que toda a cadeia esteja em sinergia, desde o fornecedor até o produtor final. “O componente é o alicerce da obra, é preciso que ele também seja sustentável”, disse. Atualmente, segundo o empresário, alguns dos principais fornecedores da empresa já são certificados e outros tantos estão em processo de certificação. “Nosso objetivo é, até o ano que vem, ter 50% dos fornecedores certificados”, projetou. Além do trabalho com as empresas de insumos e componentes, ele destacou a prática que 80% das matérias-primas excedentes da produção são reprocessadas, retornando para o ambiente produtivo e em displays, puffs e demais materiais para os pontos de vendas onde a empresa está presente.


Destacando que a Bibi foi a primeira empresa de calçados infantis a produzir calçados sem qualquer substância restrita, uma demanda do mercado internacional, especialmente o europeu, Andrea corrobora a preocupação com os fornecedores.


“Há 10 anos realizamos encontros com fornecedores, onde tratamos de desafios, alinhamos as necessidades e premiamos os mais inovadores e sustentáveis. Para nós, essa proximidade é fundamental para ter um produto, de fato, sustentável”, destacou.


Reciclagem

Ana Clara contou que, além de todos os cuidados com os colaboradores, que possuem um ambiente de trabalho saudável, a Piccadilly reciclou, em 2021, mais de 20 toneladas de poliuretano, fazendo-os retornar para a produção, e também lançou a linha de calçados So. Si Ecoar, que utiliza garrafas PET para composição dos produtos.


Pacto

No final do evento, um momento histórico para a cadeia calçadista brasileira. Foram chamados ao palco empresários e empresárias das 78 indústrias da cadeia calçadista certificadas ou que es tão em fase de certificação no programa Origem Sustentável. Foram dezenas de pessoas que ocuparam o palco. “A sustentabilidade é um caminho sem volta e essa demonstração de engajamento e força da cadeia produtiva, do fornecedor dos materiais até o produtor de calçados, nos deixa bastante satisfeitos e confirma que estamos na direção certa rumo a uma produção cada vez mais sustentável”, avaliou Haroldo Ferreira. Gerson Berwanger fez coro ao discurso, destacando o fato histórico e união do setor após anos bastante difíceis em função da pandemia de Covid-19. “Estamos unidos e mais fortes do que nunca”, conclui o dirigente.


O presidente executivo do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Paulo Griebeler, prestigiou o evento e se sentiu motivado com as propostas e casos apresentados. Ele também aproveitou o otimismo do momento para lembrar que o IBTeC busca contribuir de forma cada vez mais proativa para que este movimento da sustentabilidade que o setor está promovendo seja solidificado.


“O IBTeC já capacitou mais de 1.000 empresas, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para ajudar o Brasil a ser uma referência em sustentabilidade. Com essas capacitações, estamos formando uma base sólida de fornecedores que levam soluções amigáveis às fabricantes, através de seus materiais e insumos que possibilitam aos produtos finais oferecerem mais conforto e saúde aos usuários, além de serem produzidos de forma a minimizar os impactos no meio ambiente”, pontua Paulo.


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