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A reinvenção de fornecedores da cadeia calçadista

Indústrias de base andam por novos caminhos traçados pela pandemia

Raquel Guimarães

Reinvenção é uma das palavras mais ouvidas desde março no Brasil, quando a pandemia do novo coronavírus começou a se espalhar por nosso território. Ninguém poderia ter previsto o que aconteceria, nem em que níveis cada empresa ou segmento da economia seria atingido. Um dia após o outro, a situação vai se delineando e mostra sua repercussão sobre cada tipo de negócio. A indústria da moda, por sua característica de ser uma venda sensorial, ainda é muito dependente da venda presencial. Com o fechamento de lojas em todo o País, os canais de contato direto com os clientes se reduziram, e o número de marcas que já faziam vendas diretas ainda não é significativo.


Com redução drástica na produção de calçados e artefatos, os fornecedores de componentes para o setor tiveram que buscar alternativas. Alguns se concentram em pesquisas de novos produtos e soluções para oferecer quando a economia voltar ao normal. Outros encontraram na produção de Equipamentos e Proteção Individual (EPIs) a saída para honrar seus compromissos e manter empregos.


Vislumbrando a mudança planetária, que desenha um futuro em que todos usarão EPIs no dia a dia, e uma tendência de descentralização da dependência do fornecimento chinês, muitas empresas do setor fazem deste paliativo uma nova divisão de negócios.


Para apresentar o panorama de como o setor está se movimentando para enfrentar este momento, falamos com entidades e empresas sobre este momento singular, para conhecer suas soluções e os projetos para o futuro.

Indústria de componentes aposta na reconversão de seus parques industriais

A queda abrupta do faturamento ocorrida a partir do surgimento da pandemia do Covid-19 colocou em xeque a capacidade de sobrevivência dos fabricantes de componentes para o setor de calçados e artefatos. A reação imediata de algumas indústrias de componentes que se dedicavam exclusivamente ao setor calçadista foi a reconversão. Muito rapidamente, empresas de todos os portes conseguiram redirecionar sua produção, e oferecer produtos aos fabricantes de EPIs, como máscaras, vestimentas hospitalares e viseiras para proteção do rosto.


A superintendente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Ilse Guimarães, entende que o momento aponta para três vertentes que terão que ser seguidas pelos fabricantes de componentes - a digitalização vertical da relação B2B, a sustentabilidade ambiental e a transversalidade, através do processo de reconversão de seus parques industriais. Pensando nestes pilares, a entidade oferece treinamentos aos associados, buscando implantar a cultura da comercialização por meios digitais.


Para que as empresas alcancem a segunda vertente - da sustentabilidade -, a organização setorial já conta com um programa de certificação gerido pelo Instituto by Brasil, com o nome de Origem Sustentável, que avalia o enquadramento das empresas levando em conta as dimensões econômica, ambiental, social, cultural e de gestão de sustentabilidade. Ainda neste pilar, a Assintecal criou um setor dentro do Salão de Inspiração Inspiramais, especifico para as empresas que tenham novidades com foco na sustentabilidade ambiental.


Quanto à transversalidade, as indústrias terão que se reinventar, e buscar formas de otimizar a utilização de seus parques industriais, produzindo para outros segmentos e para outros mercados, afirma Ilse.

ASSOCIADOS MAIS PRÓXIMOS

Original by Brasil é uma plataforma B2B onde a Assintecal apresenta ao mercado uma vitrine de fornecedores com os lançamentos em materiais para o setor de moda. O acervo da plataforma, com mais de 700 itens, pode ser atualizado em tempo real pelos próprios associados, o que agiliza a apresentação de suas novidades e possibilita a permanente disponibilização de novidades para as indústrias, beneficiando as fabricantes de componentes que não possuem plataformas próprias de comercialização o acesso a compradores nacionais e internacionais. Entre os países que mais têm procurado os produtos brasileiros estão Colômbia, Peru, EUA, Argentina, China, Espanha, México e Uruguai, além das próprias empresas brasileiras.

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